Esgotos e poços irregulares agravam poluição de córregos e rio
Pelo menos 3 mil ligações de esgotos clandestinos e 20 mil poços artesianos irregulares agravam a poluição dos 33 córregos e do rio Anhanduí, em Campo Grande. A informação foi repassada na manhã de hoje (11), durante assinatura da retomada do projeto Córrego Limpo e Cidade Viva que será desenvolvido entre a Prefeitura e a Águas Guariroba.
O programa vai monitorar o índice de qualidade da água dos mananciais em 79 pontos estratégicos nas bacias do Anhanduí, Bálsamo, Bandeira, Botas-Coqueiro, Gameleira, Imbirussu, Lageado, Lagoa, Prosa e Segredo.
Para desenvolver o projeto, a concessionária vai ficar com a parte de coletas e análises das amostras de água no laboratório da Estação de Tratamento de Esgoto Los Angeles. Os resultados serão encaminhados para a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), que vai fazer o cálculo do índice de qualidade da água e a classificação.
De acordo com o titular da Semadur, João Alberto Borges dos Santos, o programa Córrego Limpo começou em 2009 e paralisou no final de 2012. “Agora estamos retomando o projeto e queremos saber quais são pontos de poluição e degradação dos mananciais”, diz. Ele acrescenta que hoje um dos principais problemas é a questão das ligações clandestinas de esgoto em galerias de águas pluviais.
Ainda conforme o secretário, hoje, o córrego Imbirussu na região do Indubrasil é o que mais preocupa devido a quantidade de indústrias no local. No entanto, se for constatado que a pessoa ou empresa estão contribuindo para a poluição da água a multa pode ser de até R$ 10 mil.
O presidente da Águas Guariroba, José João de Jesus da Fonseca, afirma que hoje todos os córregos da cidade estão poluídos. “Estão poluídos, mas não em grau máximo”, destaca. Outra questão que preocupa, segundo o presidente, é o perigo de manter e construir poços artesianos clandestinos. Além da contaminação do lençol freático, a água de poço é fácil de ser contaminada com fossa e água da chuva.
Para perfurar um poço, a pessoa precisa ter uma licença de operação concedida pelo Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Em áreas que possuem abastecimento público, o uso de água de poço é restrito. “Quando flagramos uma ligação irregular comunicamos a Semadur e o MPE (Ministério Público Estadual) para que tomem as devidas providências”, diz José João.
Já para o gestor do Centro de Educação Ambiental Imbirussu, Antônio Carlos Silva Sampaio, o principal desafio é a questão do lixo que são jogados às margens e até mesmo nos leitos dos córregos. “Infelizmente o lixo vem da cidade que, na maioria das vezes, são levados pela água da chuva para as nascentes dos mananciais”, lamenta.
Durante a solenidade, a Prefeitura anunciou que em setembro vai reativar quatro Centros de Educação Ambiental, uma unidade volante para visitas em bairros da cidade e retomar o projeto Manancial Vivo. “Nosso objetivo não é punir e sim levar educação ambiental para toda população campo-grandense. As informações com resultados da qualidade da água serão divulgadas em placas às margens do córregos e no site www.capital.ms.gov.br/meioambiente.