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Meio Ambiente

Estiagem prejudica até cenário dos girassóis e proprietário calcula prejuízos

Flores ultrapassam 2 metros de altura, mas este ano chegaram a pouco mais de 1 metro

Por Kamila Alcântara | 01/09/2024 15:11

“É uma catástrofe econômica que você está vendo, causado pela pior seca que já enfrentamos”, diz o produtor de girassóis da fazenda mais popular do Indubrasil, em Campo Grande. João Carlos Stefanello, de 69 anos, amarga a baixa produção das flores e acredita que a colheita deva suprir apenas os gastos com as sementes.

Mesmo com o desenvolvimento nitidamente afetado e vários espaços falhos, a fazenda reuniu algumas famílias para registros fotográficos. Porém, diferente dos anos anteriores, em que as enormes flores amarelas eram mais altas que uma pessoa adulta, agora, a mais alta está na altura da cintura.

João Carlos mostra uma planta que ainda vai brotar flor (Foto: Osmar Veiga)
João Carlos mostra uma planta que ainda vai brotar flor (Foto: Osmar Veiga)

“Plantamos e demorou quase 70 dias para chover. Quando veio 40 milímetros, cresceram e logo floriram. Só que muitas não conseguiram germinar ou morreram rapidamente, formando essas falhas na plantação. Estou aqui há pelo menos 20 anos e nunca havia enfrentado um inverno tão difícil, para todas as produções. É um ano que desejamos esquecer”, desabafa João.

Sobre o investimento e prejuízos, ele relata que nada adianta se não tiver água. “Não adianta a melhor adubação, ótimas sementes ou todo conhecimento técnico em produção se não tiver água. A falta de água foi o fator determinante! Faço a colheita em 30 dias, mais ou menos, deste tamanho que está e isso vai cobrir apenas os gastos com as sementes. Na verdade, gerou mais prejuízo”, completa.

João Carlos mostra que há plantas em diferentes fases do desenvolvimento, mas que não pode esperar todas crescerem para fazer a colheita. Segundo ele, em condições climáticas normais, a flor pode chegar a 2,20 metros de altura.

Família caminha entre o campo de girassóis (Foto: Osmar Veiga)
Família caminha entre o campo de girassóis (Foto: Osmar Veiga)

A família do empresário Maurício Corrêa, de 34 anos, saiu do Bairro Bela Vista para fotografar a plantação e estranharam o tamanho das flores. “Minha filha sempre quis vir fazer fotos aqui, mês que vem faz 18 anos, aí viemos antes da colheita. Quando cheguei, até pensei que elas ainda estavam se desenvolvendo, por isso tão baixinhas, mas parece que é isso mesmo. Pelo menos lá mais para o meio tem algumas altas para as fotos”. Ele estava acompanhado dos filhos e da esposa.

Jaqueline Strege, de 40 anos, representante comercial, é admiradora das flores e visita a plantação de girassóis pela segunda vez, desta vez, para o filho de 4 anos conhecer. “Realmente, está muito diferente do último ano, muito menores. Mas a beleza delas continua insuperável, por isso achei importante vir registrar o momento”, defende.

Jaqueline, o filho e o esposo Ubirajara Lima foram fotografar a plantação (Foto: Osmar Veiga)
Jaqueline, o filho e o esposo Ubirajara Lima foram fotografar a plantação (Foto: Osmar Veiga)

Estiagem - O mês de setembro é considerado o mais crítico e deve permanecer sem chuva, segundo previsão do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul). A média histórica de precipitação no mês de setembro é entre 80 e 100 milímetros no Estado, mas a análise de um conjunto de modelos meteorológicos aponta que as chuvas devem ficar abaixo da média histórica em setembro deste ano, intensificando ainda mais as condições de seca nos biomas.

Na terra seca, uma semente germinou com a última chuva que caiu (Foto: Osmar Veiga)
Na terra seca, uma semente germinou com a última chuva que caiu (Foto: Osmar Veiga)

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