Extremamente baixo, nível do Rio Paraguai se aproxima de recordes de 1964 e 2021
Principal da Bacia Hidrográfica do Paraguai, ele reflete a seca que o Pantanal enfrenta
As águas da Bacia Hidrográfica do Paraguai continuam atingindo níveis extremamente baixos, que refletem a crise hídrica enfrentada pelo Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Segundo mostra o boletim do SGB (Serviço Geológico Brasileiro), divulgado na quarta-feira (14), as marcas se aproximam dos piores recordes.
A "régua" de Ladário (MS), estação de referência para avaliação do Rio Paraguai, chegou a 16 centímetros, sendo que o esperado seria de 3,98 metros. O nível baixou 19 centímetros em apenas uma semana, destacou o Serviço Geológico.
Em 1964, quando houve a maior crise hídrica na Bacia, o Rio Paraguai chegou à cota de -61 centímetros. A segunda cota mais baixa da história foi em 2021, com -60 centímetros.
"As nossas projeções indicam que o nível no Rio Paraguai pode chegar a níveis bem baixos neste ano. Ladário (MS), estação de referência, já está perto da cota negativa em Ladário”, destaca o pesquisador em geociências do SGB, Marcus Suassuna.
Chuva - A região pantaneira de Mato Grosso do Sul registrou chuvas na última sexta-feira (9), mas a precipitação foi insuficiente para elevar o nível dos rios.
“Estimativas de chuvas indicam acumulados de 12 milímetros na bacia, na última semana, mais do que era previsto pelos modelos prognósticos, mas não houve resposta dos rios ainda", detalha Marcus.
Outros rios - Ainda de acordo com o SGB, todos os rios da Bacia Hidrográfica do Paraguai estão com níveis abaixo do normal para este período do ano, exceto os Rios Cuiabá e Aquidauana, que são influenciados pela operação da Usina Hidrelétrica Manso.
O Rio Paraguai já chegou a cotas negativas em Corumbá (MS). Na estação do Forte Coimbra, a cota é de -107 centímetros, sendo a mediana de 3,55 metros. Em Porto Esperança, a marca atual é de -59 centímetros. Em Barra do Bugres (MT), a cota é de 39 centímetros, quando o esperado seria de 68 centímetros. Em Cáceres (MT), ele está na marca de 49 centímetros, sendo a média histórica de 1,56 metros.
Desde fevereiro, o SGB alerta para o cenário de seca no Pantanal, por causa do déficit de chuvas na região.
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