ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  21    CAMPO GRANDE 29º

Meio Ambiente

Diante de crise sem precedentes, Sanesul pede uso consciente da água

Alerta do órgão coloca como foco região do Pantanal sul-mato-grossense devido a deficit hídrico significativo

Por Jéssica Fernandes | 27/06/2024 09:45
Situação de mananciais na região do Pantanal é considerada crítica. (Foto: Governo do Estado)
Situação de mananciais na região do Pantanal é considerada crítica. (Foto: Governo do Estado)

A Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) voltou a alertar a população e autoridades públicas sobre o uso consciente da água. Diante de uma crise sem precedentes no Estado, o órgão pede que sejam adotadas medidas urgentes.

A situação dos mananciais que abastecem o sistema de distribuição de água potável continua sendo motivo de preocupação para a diretoria da Sanesul. Em fevereiro,  o diretor-presidente da companhia, Renato Marcílio, baixou uma portaria para criar um grupo de trabalho que seria responsável por acompanhar a situação.

Corumbá, Ladário, Porto Murtinho, Aquidauana e Anastácio foram os municípios selecionados, pois é onde a situação é considerada crítica. Para criar o grupo de trabalho foi levado em consideração o boletim SGB (Serviço Geológico do Brasil) realizado em 26 de fevereiro deste ano.

Na época, o documento apresentou prognóstico de médio prazo para a bacia do Rio Paraguai indicando que a região tem registrado chuvas abaixo da média e acumulado um deficit hídrico significativo. Além disso, a previsão é que se as chuvas se mantiverem dentro da média nos próximos meses, o ano de 2024 pode repetir a situação de 2020, quando o rio atingiu um nível mínimo de 32 cm em Ladário.

Também foi considerado pela Sanesul que a única fonte de abastecimento de Porto Murtinho, Ladário, Corumbá e o distrito de Porto Esperança é o Rio Paraguai através de captação superficial. Nessas regiões, o grupo criado é responsável por monitorar os níveis dos mananciais, identificar áreas de risco e implementar ações emergenciais para mitigar os efeitos da crise hídrica.

Em fevereiro, as ações incluíram o combate e as perdas no sistema de distribuição de água tratada, com foco especial na cidade de Corumbá. Para isso foi realizado gerenciamento das pressões na rede, o controle de vazamentos não visíveis, a agilidade nos reparos e o investimento contínuo na infraestrutura.

Estado de emergência - Conforme uma nota técnica do LASA-UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro),   desde o final de 2023 e início de 2024, a região apresenta o maior índice de "raridade de seca" já registrado desde 1951. O índice ultrapassa o ano de 2020 que era considerado o primeiro do ranking de secas, considerando a umidade do solo na região.

De acordo com a nota técnica, a situação crítica pode se agravar, pois a temperatura do ar próximo à superfície está prevista para ultrapassar 2°C acima da média, e há uma probabilidade de 60% a 70% de que as chuvas permaneçam abaixo da média histórica.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias