Há 29 dias sem chuva, tempo seco forma 'cortina de fumaça' na Capital
Cor do céu de Campo Grande mudou para cinza e sensação de inalar fumaça é constante
A estiagem em Campo Grande já chega a 29 dias e a sensação de inalar fumaça é constante. Visível a olho nu, o 'cinza' têm encoberto o céu da Capital, fazendo a população se 'virar nos 30' para amenizar o tempo seco.
O aposentado Aloíno Dias, 66 anos, contou que já se acostumou com o tempo seco do mês de agosto, mas que consegue ver a 'cortina de fumaça' formada no céu da cidade.''O tempo está muito seco e cheio de fumaça. É ruim, mas eu não sinto tanto", disse.
Se o tempo seco já maltrata quem tem a saúde boa, acaba sendo bem pior para quem enfrenta problemas respiratórios, como é o caso da porteira Patrícia Soares Dias, 38 anos, e o neto, de 3. ''Agosto está sendo terrível. O tempo está seco e a cidade mais cinza. Tem sido um período de bastante sofrimento", contou.
Com a baixa umidade do ar nos últimos dias, Patrícia tem se virado como pode para amenizar a sensação de inalar fumaça.''Perto de casa tem terreno baldio e o povo vive colocando fogo. Para amenizar os efeitos coloco baldes de água e toalhas molhadas na casa", disse.
A vendedora ambulante Maria Olga, 59 anos, contou que há dias vem percebendo que os dias estão mais cinzas na cidade conhecida pelos verdes das árvores. ''A fumaça está pairando pelo ar e é nítida aos olhos. Tenho passado muito mal por conta desse período. A respiração fica ruim, a garganta fica seca", disse.
Estiagem - Segundo o meteorologista Natalio Abraão, da Uniderp, a última vez que choveu em Campo Grande foi no dia 16 de julho, totalizando um acúmulo de 10,2 milímetros.
Com a chegada da frente fria e sem previsão chuva, a umidade do ar continuará baixa em Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, a mínima será de 35% nesta quarta-feira (14). Nas cidades da região sul e oeste, 30%.
Queimadas - Somente na terça-feira, o Corpo de Bombeiros da Capital recebeu 35 chamados de incêndio em vegetação, mais de um por hora. Entre janeiro e o início de agosto, o caso cresceu 29% em Campo Grande, passando de 1.798 ocorrências no ano passado para 2.330 este ano.