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Meio Ambiente

No fim de semana umidade cai a 20%, bom só para quem vende umidificador

Médico reforça os cuidados que devem ser tomados para evitar problemas respiratórios

Izabela Sanchez e Clayton Neves | 14/08/2019 06:25
Estiagem modifica a paisagem nesta terça-feira (13) (Foto: Henrique Kawaminami)
Estiagem modifica a paisagem nesta terça-feira (13) (Foto: Henrique Kawaminami)

Vilão da umidade, o mês de agosto é tradicionalmente o mais seco do ano, segundo os meteorologistas. Nesta semana, a chegada de uma rápida frente fria à Mato Grosso do Sul causa alívio quase imperceptível na umidade relativa do ar, que volta a subir no final de semana. Entre sexta (16), sábado (17) e domingo (18), os índices devem variar entre 15 e 20%, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Já é motivo de alerta para o Instituto, que ainda não espera “índice vermelho”, quando a umidade fica abaixo dos 12%. O menor índice dos últimos anos foi registrado em agosto de 2016, em Cassilândia, a 418 km de Campo Grande, com apenas 9% de umidade relativa do ar, segundo o meteorologista da Uniderp, Natalio Abraão.

Em 2017 e 2018 não foi muito melhor e os 10% foram sentidos em Rio Brilhante, a 163 km de Campo Grande e Sidrolândia, a 71 km, respectivamente. Neste ano, que ainda não atingiu esses números, a corrida para garantir aparelhos que deixem o ar mais úmido, nas lojas, e a corrida nos consultórios, para tratar doenças respiratórias, já é sentida em Campo Grande.

 

Umidificadores expostos na frente de uma loja no centro de Campo Grande (Foto: Clayton Neves)
Umidificadores expostos na frente de uma loja no centro de Campo Grande (Foto: Clayton Neves)

Um pouco de prevenção e cuidado, ainda assim, podem aliviar as dificuldades.

Nas lojas, os estoques atualizados toda semana mal dão conta dos pedidos por umidificadores e climatizadores. Vendedora de uma loja na região central de Campo Grande, Janaina Ortiz, 32, disse que só restavam 4 umidificadores no estoque nesta terça-feira (13). “Tem tido muita procura por conta do tempo seco, beirando 90% de aumento na procura e na saída dos umidificadores”, diz.

“Chega e já acaba o estoque, e muitos dos que chegam são vendidos na internet e o cliente só vem retirar na loja”, comenta. Além dos 4 aparelhos, apenas um climatizador restava na loja.

No centro da cidade é possível encontrar umidificadores pelo preço de R$ 99, mas os valores podem beirar os R$ 200, de acordo com a marca e capacidade do produto. A vendedora Aline Cavalheiro, 23, afirma que o modelo mais barato já acabou na loja onde trabalha.

“A procura está muitíssimo alta, tanto é que o modelo menor já acabou. Cada reposição vem 50 unidades e agora só temos 23 na loja. O climatizador já acabou”, conta. Entre os clientes, assim como nos consultórios, o principal público são mães de crianças e bebês.

Saúde - Médico otorrinolaringologista e diretor-presidente da Cooperativa dos Otorrinolaringologistas de Mato Grosso do Sul, Edil Albuquerque Junior afirma que a secura prejudica as vias respiratórias superiores, já que o ar entra sem estar umidificado e aquecido, causando irritação.

É pior, no entanto, para os alérgicos, a exemplos de quem sofre com rinite, sinusite e bronquite. “A baixa umidade é pior para pessoas alérgicas, mas quem não tem quadro alérgico tem que prevenir porque pode pegar uma doença viral, o ar entrando causa irritação”, comentou.

Os cuidados são simples, como uso de soro fisiológico diariamente, panos úmidos e uma bacia com água nos cômodos da casa. Até um ato simples, como beber água, deve ser lembrado. “O ressecamento também ocorre causando desidratação, se o clima tiver seco e quente, tem que ingerir mais água”, diz o médico.

Além disso, hidratantes para a pele, por exemplo, também estão entre os cuidados. A baixa umidade é alerta até para os exercícios físicos, que tem hora certa quando o tempo está seco demais. Conforme o especialista, é recomendado evitar o horário entre às 10h e às 16h.

“A umidade, devido ao sol atingir o ápice, atinge os índices mais baixos, é bom evitar porque você pode ter uma crise. A prática exige mais, o ar vai entrar mais rápido, o fluxo de ar maior pode irritar mais, causa mais tosse”, comenta.

Nos consultórios, comenta, a procura maior é das mães, preocupadas com as crianças pequenas. “Todos os anos parece que o clima tem sofrido uma mudança de padrão, não só em Campo Grande, mas no mundo inteiro, mistura o frio com tempo seco, calor com tempo seco, é atípico. Para as consultas essa época é sempre maior, as crianças sofrem mais, atendemos bastante criança. Quando voltam as aulas, entram em contato, os vírus se transmitem mais”, diz.

 

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