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Meio Ambiente

Idosa registra, em vídeo, brincadeira entre arara-canindé e seus cachorros

Liana Feitosa | 13/07/2015 13:04
Aves visitam dona Silvana há cerca de três anos. (Foto: O Pantaneiro)
Aves visitam dona Silvana há cerca de três anos. (Foto: O Pantaneiro)

Há cerca de três anos um casal de araras-canindé visita a casa da apicultora Maria Silvana, de 65 anos. Ela mora há 14 no bairro Guanandy, na cidade de Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande. A amizade se tornou tão grande que até os cachorros da casa interagem com as aves.

As araras são livres, mas aparecem na casa de Silvana duas ou mais vezes por dia. "Logo percebi que elas queriam brincar, elas ficavam pelas árvores e pelo quintal da minha casa sem medo", conta dona Silvana ao Campo Grande News.

A amizade entre as araras e a família de dona Silvana começou com o Amigo, o cachorro dela. Quando as aves começaram a aparecer, Amigo era filhote. "Quando o Amigo era pequeno ficava quase o dia inteiro brincando com a arara. Só que agora o Amigo tá adulto e não dá muita atenção para elas, mesmo assim, elas ficam aqui por horas", detalha.

Brincadeira - Com a frequência da convivência, as aves tomaram a liberdade de até entrar na casa da apicultora. "Se eu deixo as portas abertas elas entram e ficam dentro de casa. Esses dias, a Mimi (a pinscher da dona Silvana) saiu correndo pra fugir da arara. Ela entrou no quarto correndo e subiu na cama, mas a arara foi atrás e subiu na cama também, tentando brincar com a Mimi", lembra.

"Foi aí que eu pensei: não posso deixar de registrar isso! Corri nas minhas coisas e peguei a câmera pra gravar", finaliza Silvana.

A proximidade entre as aves silvestres e dona Silvana é tão grande que, quando a apicultora recebe visitas em casa, as araras parecem sentir ciúmes dela. "Elas ficam em volta, marcam presença e não vão embora enquanto a casa não esvazia", diz.

Inteligência - De acordo com o doutor em Ecologia, professor José Sabino, da Universidade Anhanguera-Uniderp, esse tipo de comportamento pode ser explicado pela inteligência dos psitacídeos. É nessa família que se encontram araras, papagaios e periquitos.

"As araras, e os psitacídeos em geral, são aves muito inteligentes e tem uma memória muito boa. Se a experiência que essas aves têm com determinando ambiente é boa, elas voltam. Isso é o que chamamos de habituação do animal", explica o especialista.

É por isso que as aves sempre voltam para a casa de dona Silvana, mesmo quando ficam alguns dias sumidas.
"Elas também são muito adaptáveis, inclusive ao ambiente urbano. No entanto, deve-se evitar ao máximo essa interação entre animais silvestres e humanos", alerta o professor.

"Estimular comportamento de proximidade entre animais silvestres e humanos abre as portas de doenças, que podem ser transmitidas tanto do humano para o animal, quando do animal para o humano", detalha.

Vídeo - Confira o registro feito por dona Silvana, que flagrou a arara brincando com a pinscher Mimi. O material foi cedido pelo site O Pantaneiro:

 

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