Mesmo com multa de até R$ 9 mil, moradores insistem em atear fogo em terrenos
Capitão do Corpo de Bombeiros afirma que em quase 90% das ocorrências atendidas na cidade, fogo foi provocado
Equipes do Corpo de Bombeiros combatem incêndio em vegetação na região da Praça do Papa, em Campo Grande. Imagens feitas por um leitor mostram focos de chamas consumindo o mato e densa cortina de fumaça sobre a área, prejudicando a respiração e a visibilidade de quem passa pelo local.
Com a chegada do inverno e a predominância do tempo seco, cenas como essas se tornaram comuns por toda a cidade. Mesmo com multa para quem põe fogo em terrenos, na maior parte das ocorrências atendidas pelos bombeiros, os incêndios são provocados por moradores.
“Na área urbana, 90% dos casos são os moradores que colocam fogo, geralmente para fazer limpeza de terrenos e queimar lixo”, explica o capitão Carlos Saldanha, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros.
Segundo ele, além de aumentar doenças respiratórias e elevar a procura às unidades de saúde, as queimadas podem acarretar grandes tragédias.
"É perigoso. Já tivemos casos de o fogo que começou no mato aumentar e destruir uma casa. Em outra ocorrência que participei, o fogo que estava em volta do capim chegou perto de uma carreta e queimou o veículo e até um avião estacionado”, pontua.
O cidadão pode denunciar queimadas urbanas, mesmo sem flagrante, pela central 156 ou pelo canal digital Fala Campo Grande. Se houver flagrante, basta acionar a Guarda Civil Metropolitana pelo 153, disponível 24h.
O Corpo de Bombeiros Militar orienta a população a não lançar pontas de cigarro pela janela do veículo, limpar terrenos sem uso de fogo e não jogar lixo pelas ruas e terrenos. Incendiar terrenos baldios e pastagens é crime, conforme a Lei Federal 9.605/98. Quem for pego colocando fogo pode ser preso por até quatro anos, além de pagar multa de R$ 9 mil.