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Meio Ambiente

MP visita cachoeira ameaçada por hidrelétrica e reconhece "evidente patrimônio"

Hidrelétrica será construída na Cachoeira Água Branca, em Pedro Gomes, e pode diminuir fluxo d'água

Gabrielle Tavares | 27/10/2022 17:43
Cachoeira Água Branca em Pedro Gomes. (Foto: Divulgação)
Cachoeira Água Branca em Pedro Gomes. (Foto: Divulgação)

No início deste mês, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) realizou vistoria na Cachoeira da Água Branca, situada na zona rural do município de Pedro Gomes, para analisar impactos ambientais que poderão ser provocados no local caso a Central Geradora Hidrelétrica/Pequena Central Hidrelétrica seja construída. No processo, ela foi reconhecida como potencial patrimônio turístico e natural.

Com 80 metros, ela é segunda maior cachoeira de Mato Grosso do Sul em queda livre e pode ter 80% do fluxo de águas interrompido, denunciou a ONG (Organização Não Governamental) Ecoa.

Isso porque uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) será construída a poucos metros da queda d’água. O projeto prevê a criação da represa para gerar energia de 2,9 MW e foi autorizada em 2021, com validade pelos próximos quatro anos. A represa foi nomeada de Cipó e foi planejada pela empresa Hacker Industrial Ltda, de Santa Catarina.

O promotor de Justiça da Comarca de Sonora, Thiago Barile Galvão de França, atendeu à solicitação do deputado Amarildo Cruz (PT) e realizou a vistoria preliminar. Agora, os impactos serão analisados de acordo com o material coletado.

De acordo com França, "foi possível constatar que a Cachoeira Água Branca se reveste de evidente patrimônio turístico e natural de Pedro Gomes, notadamente em virtude de sua altura considerável", relatou no documento.

A equipe encontrou demarcações iniciais, possivelmente indicando locais em que futuramente farão parte de eventual projeto hidrelétrico. Além de constatar ausência de estruturação adequada no percurso para facilitar o acesso de turistas e viajantes.

Equipe do MPMS durante vistoria. (Foto: Divulgação)
Equipe do MPMS durante vistoria. (Foto: Divulgação)

Moradores - A Ecoa foi até o local e ouviu moradores da região, que apontaram que a construção do empreendimento acabará com todo potencial turístico da região, atrativa tanto para quem procura contemplação, quanto observação de aves, trilheiros, ciclistas, além de apreciadores de esportes de aventura, como rapel e escalada.

Nelson Mira, proprietário das terras que ficam no entorno da cachoeira, disse que os moradores se assustaram quando souberam da construção da PCH e são contrários.

“É lamentável um negócio desse que estão querendo fazer para beneficiar duas, três pessoas, em detrimento a um futuro turístico para o País, para Nação, para o Estado. E não vai beneficiar a matriz energética do País em lugar nenhum”, ressaltou.

Impactos - As represas são parte de unidades geradoras de energia que utilizam a água de rios para produção de energia elétrica.

Entre os principais impactos ambientais dessas represas, é possível destacar a diminuição da quantidade de peixes nos rios, influenciando a pesca local, afetando na geração de emprego e renda. Além de impactos ambientais severos como alterações na quantidade de sedimento e de nutriente nas águas, alterações no regime hídrico dos rios, etc.

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