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Meio Ambiente

Após seca, comunidade comemora transbordamento do Rio Miranda em Bonito

Estação que o monitora foi a que registrou maior alta no nível em 15 dias chuvosos, segundo o Imasul

Por Cassia Modena | 29/04/2025 09:31


RESUMO

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O Rio Miranda, em Bonito (MS), transbordou após intensas chuvas nas últimas duas semanas, trazendo esperança aos moradores que enfrentaram uma seca histórica em 2024. Segundo o Imasul, a bacia hidrográfica do Rio Miranda registrou a maior alta entre as analisadas no estado. No distrito Águas do Miranda, apenas uma família precisou deixar sua residência temporariamente. A escola rural local está suspensa até quarta-feira, servindo como possível abrigo. O nível do rio subiu 521 centímetros em 15 dias, atingindo 669 centímetros, considerado nível de emergência.

O Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) divulgou hoje (29) informações sobre o impacto das chuvas das últimas duas semanas nas estações de rios monitorados no Estado. Segundo o órgão, a bacia hidrográfica do Rio Miranda é a que registrou maior alta entre as analisadas.

Moradores do distrito Águas do Miranda, que fica em Bonito, estão comemorando o transbordamento do rio na região, após a tristeza de vê-lo seco em diversos pontos no ano passado, como poucas vezes aconteceu. Seca histórica afetou Mato Grosso do Sul e outros estados brasileiros em 2024, como confirmou o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

Imagens compartilhadas ontem (28) no grupo de WhatsApp da comunidade mostram que as águas encostaram nas casas e que o rio alagou trecho de uma estrada. Não foram registradas perdas materiais até agora. "Nosso riozão", fala morador enquanto o filma.

Segundo a professora e presidente da Associação de Mulheres Ribeirinhas da comunidade do distrito Águas do Miranda, Jaqueline dos Santos, apenas uma família precisou sair e se abrigar em outro local até que o nível baixe. "Graças a Deus ninguém perdeu nada material, então é só esperar a natureza terminar seu ciclo", afirma.

Jaqueline diz que os ribeirinhos estão esperançosos com o que a cheia representa. "Este ano será de abundância", antecipa.

Mesmo a chuva dando trégua nesta terça-feira (29), a professora e moradora acredita que o nível do rio pode demorar a baixar. "Deu sinal de baixa, mas a água de Jardim ainda vai chegar aqui, ou seja, vai encher novamente", finaliza.

Níveis pós-chuvas - De acordo com comparativo entre boletins do Imasul de 14 de abril e 28 de abril, o nível do Miranda na estação Estrada MT-738 (na região do distrito) subiu 521 centímetros em 15 dias. A cota atual é de 669 centímetros, classificada como de emergência.

Ainda segundo a representante da comunidade, a Prefeitura de Bonito está prestando o apoio necessário e, por enquanto, ninguém corre risco. As aulas na escola rural de Águas do Miranda estão suspensas até quarta-feira (30) para o local poder ser utilizado como abrigo, caso haja necessidade.

Rio Paraguai - O cenário das estações do Rio Paraguai em Mato Grosso do Sul também revela aumento dos níveis com um transbordamento, conforme o Imasul.

A estação São Francisco aumentou de 547 cm para 587 cm (aumento de 40 cm), a de Ladário aumentou de 201 cm para 233 cm (aumento de 32 cm) e a de Porto Esperança aumentou de 130 cm para 182 cm (aumento de 52 cm).

A de Porto Murtinho aumentou de 311 cm para 513 cm. O aumento é de 2 metros e 2 centímetros, que também levou à inundação. A MS-195 fica próxima ao Rio Paraguai na região e alagou.

Chuva em outros locais - Segundo o Imasul explicou, não só as chuvas em Mato Grosso do Sul têm relação com a subida dos rios, "mas também chuvas em Mato Grosso, Bolívia e Paraguai".

Com chuva ou sem chuva, o monitoramento é diário. "Essas informações são fundamentais não apenas para acompanhar o comportamento dos rios, mas também para antecipar situações de risco, como inundações ou estiagens. O boletim diário permite que órgãos públicos, produtores rurais e a população em geral se preparem melhor para eventuais cenários críticos", destacou o gerente de Recursos Hídricos do órgão, Leonardo Sampaio.

Seca - O órgão avalia que a atual situação ajuda a reduzir a intensidade da seca no Estado, que ainda persiste no ponto de vista técnico.

"Atualmente, nenhum ponto monitorado se encontra em nível de estiagem. O que contribui, pelo menos temporariamente, para redução da intensidade da seca", conclui.

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