Mulher resgata arara ferida, tenta ajuda sem sucesso e chora ao ver ave morta
Ela encontrou a ave na manhã de ontem com a asa quebrada, acionou os órgãos ambientais e ninguém foi buscar o bicho.
Lágrimas no rosto e uma ave morta nas mãos. A cena, que para muitos pode parecer exagero, é o retrato do apego e ao mesmo tempo indignação de uma mulher que lutou, até o fim, para salvar a vida de uma Arara Canindé em Campo Grande.
A jornalista Yenny Caballeiro conta que a saga começou quando a arara caiu com a asa quebrada de um coqueiro na manhã de ontem (14), na rua José Tavares do Couto, no bairro Itanhanga Parque, em Campo Grande. “Eu vi que ela estava com a asa quebrada, então a peguei com cuidado e coloquei dentro de uma bacia”, disse.
A partir daí a jornalista começou a ligar para todos os órgãos de meio ambiente na tentativa de conseguir salvar a arara. No entanto, afirma, ninguém apareceu para buscá-la e a ave amanheceu morta. “Nós fomos até orientados a não dar comida, água e nem ficar olhando muito para não estressar o bicho”, relata.
Para Yenny, o fato só reforça o que ela já sabia "a falta de respeito, consideração e responsabilidade" dos órgãos públicos. “Eu já chorei tanto por causa dessa arara”, lamenta a mulher com a ave nas mãos.
A PMA (Polícia Militar Ambiental) foi acionada para ir até a casa em busca do animal, porém, de acordo com o major, Ednilson Queiroz, das duas viaturas disponíveis, uma estava em Terenos e a outra em Rochedo, em um chamado de denúncia.
“Como não tinha viatura disponível, ela foi orientada a levar o animal para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres)”, disse, acrescentando que além de Campo Grande, o órgão atende Jaraguari, Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia e Rochedo.
Ainda de acordo com o major, o procedimento agora é ir buscar a ave e empalhar, para servir como exemplo durante aulas para as crianças de educação ambiental. “Nós capturamos animal há 25 anos, mas não é só dever da Polícia Ambiental”, finaliza.