No 1º semestre do ano, 284 animais silvestres foram capturados pelos bairros
Maior parte dos animais envolvidos em ocorrências e aparições eram aves, segundo levantamento da PMA
Seja uma capivara, uma arara ou um tucano, todo morador da Capital já teve contato com algum animal silvestre dentro da cidade. O recente levantamento da PMA (Polícia Militar Ambiental) mostra que 284 animais silvestres foram contidos e capturados no perímetro urbano de Campo Grande no primeiro semestre deste ano.
Realizado entre 1º de janeiro e 17 de junho deste ano, o levantamento da PMA também indica que 30 ocorrências não necessitaram de captura, apenas o transporte para a unidade da PMA ou devolução ao habitat natural. Outros dois casos foram de entregas voluntárias em uma unidade ambiental. A maior parte dos animais envolvidos em ocorrências e aparições eram aves, de acordo com o levantamento do órgão.
A espécie mais envolvida em capturas e aparições no perímetro urbano da Capital foram as aves, com 121 animais contabilizados. Em seguida, estão os mamíferos, com 98 animais envolvidos em ocorrências no perímetro urbano, e 73 répteis e quelônios encontrados pela PMA.
Em todo Mato Grosso do Sul, foram contabilizadas 458 contenções e capturas de animais silvestres. Outros 107 animais foram apenas transportados a unidades ambientais ou devolvidos ao habitat natural, e 62 animais foram entregues em alguma unidade ambiental do Estado.
O relatório também mostra que as aves são as mais comuns nessas ocorrências, com 250 registros. A segunda espécie mais comum são os mamíferos, com 160 registros, seguidos por répteis e quelônios, com 141 animais envolvidos em ocorrências.
A 2ª Tenente da PMA, Eveny Cristiane Lino Parrela, explica que os animais que aparecem frequentemente na área urbana de Campo Grande, normalmente, são “campo-grandenses” e estão habituados ao espaço urbano e às reservas da cidade.
"Esses animais que aparecem muito aqui já nasceram aqui, não são animais trazidos. Então o habitat deles já é aqui, porque há essas reservas, como Parque dos Poderes, Mata do Segredo. Acaba não tendo esse processo de adaptação, porque já estão adaptados”, esclarece a tenente.
Algumas aparições de animais silvestres já viraram matérias do Campo Grande News neste primeiro semestre. Uma cobra foi escoltada por ciclistas enquanto atravessava a Avenida Afonso Pena. Tucanos fizeram uma participação especial em um café da manhã em um condomínio na Mata do Jacinto. Um cachorro-do-mato foi visto dando um passeio noturno na Chácara Cachoeira.
Gambá, tamanduá-bandeira, capivaras, vemos elas andando dentro da cidade. Temos que entender que vivemos em uma cidade arborizada, com áreas verdes, então temos esses contato com a fauna e flora. Só que precisamos ter um contato harmonioso”, explica a tenente da PMA.
Capturas - A tenente Eveny explica que aves, como tucanos e araras-canindé, são as espécies mais comuns na área urbana de Campo Grande durante as capturas. Entretanto, nem todos os casos requerem captura, pois muitos animais estão próximos ao seu habitat.
“Nem todos os casos são capturas, porque eles estão em áreas de reserva. Se eles aparecem dentro das residências, e o animal não está ferido e está saudável, eles podem ser soltos dentro da área de reserva. Caso ele esteja ferido, é encaminhado ao CRAS, que é responsável pela reintrodução desses animais à natureza”, orienta a tenente da PMA.
Ela também aponta que algumas ocorrências envolvendo filhotes de aves encontradas por moradores estão relacionadas à queda de ninhos, mais recorrentes em períodos de reprodução. “Vemos que há muitos filhotinhos que caem do ninho e são encontrados. Às vezes orientamos as pessoas a esperarem, porque pode ser um processo de aprendizado e a mãe deve estar observando de longe. Isso acontece mais no final do ano, que é a época de reprodução das aves, a partir da primavera”, explica Eveny.
Como proceder - Quem se deparar com um animal silvestre ferido deve entrar em contato com a PMA, que fará o resgate. A orientação é evitar se aproximar do animal, principalmente de grandes mamíferos e animais peçonhentos, que podem se sentir acuados e atacar.
No caso de filhotes, a mãe pode estar por perto e atacar para defender a cria. Os telefones da PMA em Campo Grande são (67) 3357-1500 e (67) 9984-5013.
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