No último feriado antes da piracema, hotéis pesqueiros esperam lotação de 100%
A partir de domingo, pesca, em qualquer modalidade, ficará proibida até o dia 28 de fevereiro de 2024
Com a proximidade do período de defeso, os pescadores amadores e esportivos têm apenas quatro dias para aproveitar a pesca nos rios de Mato Grosso do Sul. A partir de domingo (5), a pesca, em qualquer modalidade, ficará proibida até o dia 28 de fevereiro de 2024, em todo o Estado.
O defeso é uma medida de preservação ambiental que visa a proteger as espécies de peixes durante o período de reprodução - a piracema.
Nesta semana, proprietários de pesqueiros e pousadas ao longo do Estado relatam que notaram um aumento notável na movimentação de turistas. Um deles é Carlos Arthur Silveira Gonçalves, mais conhecido como “Cacá”, o proprietário do Hotel Pesqueiro da Odila, localizado em Corumbá, a 419 km de Campo Grande.
Às margens do Rio Paraguai, o Hotel Pesqueiro de Cacá oferece todas a estrutura para pescadores, incluindo hospedagem, alimentação e barcos. “Nosso hotel vai fazer 30 anos. Temos barco, piloteiro, apetrechos para pesca, hospedagem e alimentação”.
De acordo com Carlos, a movimentação foi intensa no mês passado, e ele acredita que isso se deve aos últimos dias em que a pesca estava permitida. “Hoje temos 70% da lotação do hotel. Só que em final de semana a movimentação fica em 100%. São 32 apartamentos e fica tudo lotado. Então acredito que sim, o pessoal tem vindo mais para aproveitar essa última semana antes da piracema”.
Carlos explica que durante o período de defeso, eles fecham e usam a receita dos outros meses para manter o hotel. “A gente encerra as atividades e só retornamos no dia 1° de fevereiro. Tudo o que nós arrecadamos nos outros meses, fazemos a manutenção e reformas no hotel”.
Na percepção de José Wanderlei Barbaresco, gerente do Pesqueiro Toca da Onça, localizado na estrada MS-170, em Aquidauana, a 135 km da Capital, o aumento no número de turistas foi notado nos últimos três meses.
Hoje, temos umas 40 pessoas hospedadas. Nos últimos três meses antes da piracema, sempre tem uma movimentação maior. Como em outubro quase não choveu, o tempo ajudou e veio bastante gente. É uma média de 900 a mil pessoas por mês nesses últimos 3 meses”, relata José Wanderlei.
Localizado às margens do Rio Aquidauana, o pesqueiro Toca da Onça funciona há mais de 30 anos no mesmo local e oferece serviços de pesca, acomodações, área de camping e restaurante. José Wanderlei explica que a pesca é feita no local, com a maioria dos turistas optando por não levar peixes para casa. “Um ou outro que leva o exemplar que tem direito”.
De acordo com o gerente do Toca da Onça, o pesqueiro fecha durante o período de defeso da Piracema e reabre no dia 1° de março. “Nesse período tiramos férias e voltamos no próximo ano para manutenção”, comenta.
Fiscalização - Durante a Piracema, a pesca é proibida em todo o estado, abrangendo desde a pesca amadora até a profissional, com exceção da pesca de subsistência, permitida apenas para famílias ribeirinhas que dependem do peixe para sua sobrevivência. Mesmo nesse caso, somente é permitida a retirada de peixes suficientes para a alimentação imediata, sem a possibilidade de estocagem.
Com a proximidade do defeso, a PMA (Polícia Militar Ambiental) de Mato Grosso do Sul está se preparando para intensificar a fiscalização ambiental, especialmente em relação à atividade de pesca.
De acordo com a capitã Thamara Moura, da PMA, a Operação Finados começará nesta quinta-feira (2), com o objetivo de coibir crimes ambientais, principalmente aqueles relacionados à pesca. Isso ocorre, pois, o feriado de Finados é o último antes do início do defeso da piracema.
A operação se alinha com o início do defeso, que começa à 0h do domingo (5 de novembro). A expectativa é de que haja um aumento na procura pelos rios do estado durante o feriado prolongado, principalmente por pescadores desportivos que buscam aproveitar os últimos dias de pesca aberta.
Além de reforçar o patrulhamento fluvial, a PMA também aumentará as barreiras terrestres para coibir o transporte irregular de pescado. Vale ressaltar que, nos rios federais da bacia do Paraná, como o Rio Paraná, o Rio Paranaíba e o Rio Aporé, o defeso começa já no dia 1º de novembro.
“O monitoramento dos cardumes é constante. Sempre que observamos o surgimento de grandes cardumes nos rios, a PMA redobra a fiscalização. Como nesse período de Defeso há uma intensificação nos cardumes que ficam muito tempo parado em alguns pontos críticos, que são as barreiras naturais que os peixes transpõem, a Polícia Ambiental redobra a atenção nesses locais”, explica a capitã Thamara.
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