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Meio Ambiente

Obra para desaterrar Córrego do Sóter está parada há três meses

Moradores relatam que o procedimento começou no mês de janeiro e parou por conta das chuvas

Gabriel de Matos e Thays Scnheider | 10/05/2023 17:35
Ponte sobre Córrego Sóter assoreado no Parque (Foto: Alex Machado)
Ponte sobre Córrego Sóter assoreado no Parque (Foto: Alex Machado)

O assoreamento de córrego no Parque Sóter continua trazendo problemas a moradores e a paisagem de um dos principais pontos de lazer em Campo Grande. Obra para desaterrar o Córrego Sóter começou em janeiro e foi interrompida, oficialmente, sob justificativa das chuvas. Além disso, outro problema que preocupa é o desmatamento no local.

O problema no parque se agravou por conta das chuvas dos últimos meses na Capital. O secretario Domingos Sahib Neto, da Sisep (Secretaria Municipal De Infraestrutura e Serviços Públicos), informou que haverá um estudo mais detalhado para recuperação do local. Ele complementou que "não existe solução simplista".

A obra em questão tinha previsão de retirar cerca de 700 caminhões de areia do Parque do Sóter. Dentro, há a nascente do Córrego Sóter e com o crescimento urbano desenfreado, o curso d'água que passava pelo local acabou assoreado.

A bacia de amortecimento serve para regular a vazão do córrego a jusante, contribuindo para evitar o transbordamento do córrego, na altura do Parque das Nações Indígenas. Para executar esse serviço, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) autorizou a retirada de 44 árvores do parque.

Além disso, a secretaria informou que para 'compensar a retirada', 1.300 mudas seriam plantadas.

Questionada pela reportagem sobre em que situação está a obra, a Prefeitura de Campo Grande ainda não encaminhou nota de retorno.

Manilhas, areia e terra da construção paradas no Parque (Foto: Alex Machado)
Manilhas, areia e terra da construção paradas no Parque (Foto: Alex Machado)

Reclamação - Os moradores que se utilizam do Parque do Sóter para caminhadas e lazer reclamam da demora para solucionar o problema de assoreamento e desmatamento. Para 'ajudar', o aposentado Afonso Pena, de 65 anos, levanta ainda de madrugada e planta mudas no local.

Ele mora em um condomínio em frente ao parque localizado na Mata do Jacinto e acorda às 5h. "Eu cuido das plantas do parque, recolho lixo e faço o plantio de árvores por conta própria. Em três anos, foram cerca de 700 mudas".

Afonso Pena explica que as obras realmente começaram em janeiro, mas que pararam pouco tempo depois por causa das chuvas. "Está tudo parado, não sei quando a obra vai voltar e o lixo que está acumulando debaixo da ponte".

Afonso Pena Rosa planta mudas no parque há mais de dois anos (Foto: Alex Machado)
Afonso Pena Rosa planta mudas no parque há mais de dois anos (Foto: Alex Machado)

O aposentado fala ainda da importância do local para a região. "O parque é um grande atrativo da cidade. As pessoas me perguntam quando vai voltar e solucionar o problema, mas não sei".

Ilse Mercedes, de 49 anos, costuma frequentar o parque com filhos e sobrinhos. Ela achou que a obra resolveria o problema. Só que ela informou que várias pessoas jogam lixo e entulhos no local: "Eu me canso de ver que tem entulho ali e as pessoas se aproveitam. Além dos próprios que jogam mais lixo".

O estudante Gabriel Gonçalves, de 23 anos, usa as instalações esportivas do parque e também lamenta a demora na obra. "A gente vem aqui e fica triste vendo essa situação. É um descaso conosco. Espero que resolvam o mais rápido possível. A gente sofre quando chove e outras regiões também. Alaga sempre".


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