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Meio Ambiente

Para Capital continuar bem, cada cidadão deve ver 3 árvores saudáveis da janela

Regra ainda é respeitada, garante especialista que coloca Campo Grande como exemplo; o que você acha?

Por Natália Olliver e Antonio Bispo | 28/05/2024 12:38
Canteiro da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (Foto: Minamar Júnior\Arquivo Campo Grande News))
Canteiro da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (Foto: Minamar Júnior\Arquivo Campo Grande News))

Apesar dos desmatamentos rurais e retirada de árvores em canteiros de Campo Grande, percebido ao longo dos anos, a cidade ainda continua sendo referência nacional no quesito de arborização. É o que diz o especialista Maurício Lamano Ferreira, professor de restauração ecológica de uso na USP (Universidade de São Paulo). Ele explica que o sucesso é devido a maneira como a cidade trata a questão e não, necessariamente, quanto ao número de árvores no município.

A fala aconteceu na manhã desta terça-feira (28), no IV Fórum de Arborização para Cidades Sustentáveis, na Capital. Para ele, a presença do esquema 3/30/300 no plano diretor municipal de arborização faz toda a diferença.

“Campo Grande tem, atualmente, o conceitos como a regras dos 3/30/300, onde cada pessoa tem que ver três árvores sadias da janela de casa , tem que ter, pelo menos, 30% de cobertura verde do bairro ou distrito e morar a 300 metros de uma praça ou ambiente com mais de meio hectare”.

Maurício Lamano, professor de restauração ecológica de uso na USP (Foto: Henrique Kawaminami)
Maurício Lamano, professor de restauração ecológica de uso na USP (Foto: Henrique Kawaminami)

Sem responder sobre qual a dimensão do desmatamento urbano nos últimos anos em Campo Grande, a coordenadora estadual da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Silvia Rahe Pereira, explica que há muita confusão quanto ao título de cidade arborizada e o desmatamento. Ela pontua que o reconhecimento é referente a como a gestão lida com o patrimônio arbóreo.

“Em Mato Grosso do Sul apenas Campo Grande e Três Lagoas são reconhecidas como “Tree City of de World”. Pra ganhar o título é exigido critérios como: conhecer o patrimônio, ter investimentos na área da gestão, ter um setor com técnicos que se dedique a arborização e ter um dia de comemoração ao dia da árvore”.

Silvia ainda acrescenta que a questão da retirada de árvores em zona urbana é feito com amparo de regras que gerem a arborização urbana e que estão no plano diretor.

"Quando a pessoa gostaria de suprimir a árvore, é aberto um processo, um técnico avalia e vê se é necessário ou não. O campo-grandense gosta muito das árvores, por isso recebemos muitas denúncias. todo cidadão pode pedir uma avaliação técnica da árvore, mesmo que para saber se está saudável”.

Silvia Rahe, coordenadora estadual da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (Foto: Henrique Kawaminami)
Silvia Rahe, coordenadora estadual da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (Foto: Henrique Kawaminami)

Maurício engrossa a questão alertando sobre como o desmatamento ou a retirada de árvores na zona urbana impactam diretamente na questão climática.

“Temos um fenômeno que acontece nas cidades que são as ilhas de calor, a arborização e florestas urbanas conseguem causar e promover a diminuição térmica, e com isso trazer benefícios para saúde física das pessoas com doenças renais e crônicas. Isso é uma questão de saúde pública não só ambiental”.

Rede elétrica - Rodolfo Pinheiro, gerente de planejamento e gestão estratégica da Energisa, concessionária responsável pelo abastecimento e distribuição do insumo básico no Estado, também estava presente no evento. A questão de árvores e rede elétrica tem sido um problema durante épocas chuvosas na cidade.

Rodolfo Pinheiro, gerente de planejamento e gestão estratégica da Energisa (Foto: Henrique Kawaminami)
Rodolfo Pinheiro, gerente de planejamento e gestão estratégica da Energisa (Foto: Henrique Kawaminami)

“Mato Grosso do Sul é uma região onde está sendo muito afetada pelo clima, muitas descargas atmosférica e rajadas de vento. Isso tem sido observado pela Energisa. Tem se agravando ao longo dos anos. Ano passado foi a onda de calor que impacta na atividade e agora o tempo seco e chuvoso que também impacta diretamente na atuação”.

Para ele, o Fórum é uma oportunidade de reunir esforços e alinhar os planos. “Tem muitas iniciativas dos municípios, mas que às vezes acabam não convergindo com iniciativo do governo do estado e Energisa. É importante esse alinhamento, buscando diagnóstico do problema”.

Fórum aconteceu na manhã desta terça-feira, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Fórum aconteceu na manhã desta terça-feira, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

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