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Meio Ambiente

Plano contra fogo em 140 fazendas do Pantanal, queima prescrita ficou no papel

Nessa modalidade, o Estado mapeia, por meio de sistema de satélite, os locais onde há biomassa

Por Aline dos Santos | 25/06/2024 12:31
Incêndio avança por fazenda no Pantanal. (Foto: Divulgação/Bombeiros)
Incêndio avança por fazenda no Pantanal. (Foto: Divulgação/Bombeiros)

Prevista em decreto publicado em abril e citada como novidade nas ações de combate a incêndios no Pantanal, a queima prescrita em 140 fazendas não saiu do papel. O motivo foi a condição climática no bioma, que enfrenta seca severa neste 2024.

A informação é do diretor-presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges Barro de Araújo, e foi repassada à reportagem por meio da assessoria de imprensa.

No dia 9 de abril, durante o lançamento do programa anual de combate a incêndios florestais, a administração estadual divulgou que 140 propriedades rurais localizadas no Pantanal receberiam a queima prescrita. As ações tinham previsão de começar em maio, com a ação em seis fazendas.

Nessa modalidade, o Estado mapeia, por meio de sistema de satélite, os locais onde há biomassa crítica (conjunto de resíduos de origem animal ou vegetal), que potencializa a ocorrência de queimadas. A medida foi divulgada como inovação sob o ponto de vista de prevenção a incêndios florestais.

“A partir de agora vamos ter programa permanente de combate a incêndios e a queima prescrita é a grande novidade, para minimizar o risco de incêndio em grande escala no Pantanal”, disse, na ocasião, o governador Eduardo Riedel (PSDB).

Segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade), que adota a queima prescrita em áreas federais, trata-se de fogo brando, que não mata as espécies arbóreas, arbustivas e queima somente o capim seco.

A queima prescrita estava prevista em decreto do governo publicado em 10 de abril, no Diário Oficial do Estado. Nas áreas identificadas com acúmulo de material comburente (que pode resultar em combustão) pelo Sifau (Sistema de Inteligência do Fogo em Áreas Úmidas), o Estado poderia: prescrever e autorizar a realização de queimas controladas ou de queimas prescrita, além de auxiliar a realização de queimas prescritas em áreas particulares.

O documento também decretou emergência ambiental por 180 dias, citando as condições climáticas extremas em Mato Grosso do Sul: temperaturas acima de 30ºC, ventos superiores a 30 km/h (quilômetros por hora) e umidade relativa do ar abaixo de 30%.

Em 2024, o fogo que avança no Pantanal já destruiu área equivalente a cinco cidades de Campo Grande, conforme boletim emitido pelo Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Desde o começo do ano até 22 de junho, foram queimados 541.575 hectares.

Bombeiros durante o combate ao fogo no Pantanal. (Foto: Divulgação)
Bombeiros durante o combate ao fogo no Pantanal. (Foto: Divulgação)

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