Governador decreta emergência ambiental de 180 dias
Com seca registrada neste início de 2024, Estado antecipa ações para evitar desastres no Pantanal
Foi assinado na manhã desta terça-feira (9) o decreto de estado de emergência ambiental de 180 dias em Mato Grosso do Sul. Este foi o primeiro ato do governador Eduardo Riedel (PSDB) no 1° Workshop de Prevenção aos Incêndios Florestais, que acontece no auditório da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).
O decreto vale para condições climáticas, queimadas sem controle e tudo o que venha a afetar a qualidade do ar. Na oportunidade também será lançado o plano anual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais.
A decisão de antecipar o decreto já estava sendo analisada pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia). Os dados do estudo técnico apontaram para a necessidade de evitar uma nova catástrofe no Pantanal, nos primeiros meses deste ano.
De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, Jaime Verruck, não há como negar o fato de que o incêndio florestal vai acontecer e por isso é preciso estar preparado.
“Nós acabamos de assinar um decreto, porque nós estamos numa emergência ambiental. Ao longo do último mês nós fizemos todos os prognósticos no Cemtec, e criaram cenários para este ano. Nós temos um cenário próximo ao de 2020, quando 3,5 milhões de hectares foram queimados no Pantanal”.
No decreto consta queima prescrita. “Nós identificamos onde temos grande biomassa no Pantanal, vamos notificar produtores rurais da queima prescrita. O Corpo de Bombeiros, o Governo do Estado vai estar presente junto aos produtores e vamos colocar fogo para evitar algo maior. Queima controlada é um pedido do produtor. Queima prescrita é o Estado identificando a área de risco, é acompanhada, é uma inovação sobre o ponto de vista do combate”, acrescentou Verruck.
O levantamento destacou o reflexo do fenômeno climático El Niño no bioma. Normalmente, o Estado emite alerta de incêndios nos períodos mais secos, marcados de junho a agosto.
Desde dezembro de 2023, o volume de chuvas está abaixo da média em todo o Estado. A previsão é de que o déficit de precipitação persista e provoque danos ambientais, com ampliação de área seca e intensificação de casos de incêndios florestais.
No Pantanal, a área com seca foi intensificada no período que deveria ser mais chuvoso, entre dezembro e janeiro. De acordo com a análise do Cemtec, isso resulta no aumento dos focos de calor no bioma e consequentemente em incêndios.
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