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Meio Ambiente

Por fogo no Pantanal, Rumo lidera ranking de multas aplicadas pelo Ibama

Faísca provocada durante manutenção dos trilhos desencadeou destruição em 17,8 mil hectares

Por Silvia Frias | 09/01/2025 08:47
Por fogo no Pantanal, Rumo lidera ranking de multas aplicadas pelo Ibama
Imagem de satélite mostra o antes, durante e depois da área que foi devastada pelo fogo (Foto: Divulgação/Ibama)

A Rumo Logística, atual concessionária da Malha Oeste, lidera a lista das maiores multas aplicadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis) em 2024. No caso específico, foram R$ 57,5 milhões, por conta da destruição de 17.817 hectares no Pantanal de Mato Grosso do Sul, em 2024.

A empresa, juntamente com a Petrobras, encabeça a lista, segundo o divulgado pela Folha. No caso da estatal, são R$ 51,3 milhões em diferentes autuações. Em terceiro, está a Trill Construtora, empresta que presta serviços para a Rumo Logística, com R$ 50 milhões.

Consultadas pela Folha, a Rumo e a Trill não quiseram se manifestar. A Petrobras disse que atua com responsabilidade social e ambiental e que, toda vez em que há pontos controversos, questiona o Ibama, conseguindo a anulação da multa ou redução do valor.

A Rumo Logística é responsável por via de 1.900 km entre Mairinque (SP) e Ponta Porã (MS), que atravessa zonas urbanas e naturais de Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal até chegar à fronteira com o Paraguai.

Por fogo no Pantanal, Rumo lidera ranking de multas aplicadas pelo Ibama
Exemplo de equipamento usado pela empresa e que teria provocado faísca durante manutenção dos trilhos (Foto/Divulgação/Ibama)

Destruição – A multa aplicada pelo Ibama refere-se a episódio ocorrido em 16 de agosto de 2024, na região de Porto Esperança, em Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande. Os trilhos são usados para o transporte de minério de ferro.

Naquela ocasião, as chamas foram decorrentes de faísca durante a manutenção dos trilhos, atingindo 12 imóveis rurais e destruindo 17,8 mil hectares. Foram seis dias de combate ao fogo, até que ele fosse controlado.

Conforme noticiado na época pelo Campo Grande News, segundo informações do Ibama, o incêndio começou quando fagulhas, geradas durante o uso de uma serra policorte na manutenção dos trilhos, entraram em contato com a vegetação seca ao redor da ferrovia.

A equipe de manutenção tentou conter o fogo com os equipamentos disponíveis, mas as chamas rapidamente se espalharam devido às condições climáticas críticas do período, marcadas por baixa umidade, altas temperaturas e ventos fortes.

As multas aplicadas devido aos danos causados ao bioma e ao descumprimento das condicionantes de seu licenciamento ambiental, foram distribuídas em dois autos de infração.

A primeira, de R$ 50 milhões, refere-se ao dano ambiental causado pela destruição da cobertura vegetal do Pantanal. A segunda, no valor de R$ 7.510.500, foi aplicada pelo descumprimento das condicionantes estabelecidas no licenciamento ambiental da Rumo Malha Oeste. Estas condicionantes incluem a obrigatoriedade de medidas preventivas, como a limpeza da vegetação ao redor dos trilhos e a disponibilidade de equipamentos adequados para combater incêndios.

No período, a Rumo Logística respondeu que o incidente envolveu múltiplos focos de incêndio com origens diversas, que foram intensificados pelas condições climáticas adversas. A empresa enfatizou ainda que estava totalmente comprometida em cooperar com as autoridades para a investigação e resolução do caso, e que suas operações estão alinhadas com as medidas de segurança recomendadas para prevenir futuros incidentes.

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