Queimadas aumentam 187% em Mato Grosso do Sul
De 13 mil focos, quase dez mil foram em grandes propriedades rurais
Durante todo 2024, autoridades e ambientalistas alertaram para os efeitos devastadores da seca histórica no Pantanal. A ferramenta TerraBrasilis, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), fechou os levantamentos do ano passado e o resultado foi o aumento de 187% dos focos de incêndio em Mato Grosso do Sul. É o pior número dos últimos 10 anos.
RESUMO
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Em 2024, o Mato Grosso do Sul registrou o pior índice de focos de incêndio dos últimos 10 anos, com um aumento de 187% em relação ao ano anterior, totalizando 13 mil focos. Destes, 64% atingiram áreas de vegetação nativa, principalmente no Pantanal (80,5%), onde foram registrados 14,7 mil focos. A seca histórica contribuiu para a situação, levando o governo estadual a investir R$ 53 milhões no combate aos incêndios, além de R$ 137 milhões em recursos federais. O número de focos no Brasil inteiro também foi o pior desde 2010, com 278,2 mil registros.
Com uso de imagens de satélites e comparações geográficas, especialistas analisaram o "comportamento" das queimadas no Estado durante todo o ano, sempre levando em consideração se a área atingida possuía mata nativa ou estava dentro de uma propriedade com CAR (Cadastro Ambiental Rural).
Foram 13 mil focos no total, sendo que 64% atingiram áreas com vegetação nativa, 29,3% foram em áreas de desmatamento consolidado e 4,8% em pontos com desmatamento recente. Quando há o recorte por bioma, destacando o Pantanal, foram 14,7 mil focos nos dois estados que encobre, onde 80,5% atingiram vegetação nativa - 8,7 mil dos registros são na área ao sul.
O cenário é um pouco diferente no Cerrado. Por aqui, foram 3,4 mil focos nesse bioma, onde 71% atingiram áreas de desmatamento consolidado. Já a porcentagem de Mata Atlântica registrou 861 focos, que prejudicaram, principalmente, áreas de desmatamento consolidado e 35% de vegetação nativa.
Propriedades com Cadastro Ambiental Rural - A plataforma também faz a comparação das áreas queimadas que são de responsabilidade de produtores rurais, pois estão registradas no CAR.
Por essa ótica, quase 10 mil dos focos registrados em todo 2024 foram em grandes propriedades, ou seja, imóveis que podem variar de 5 a 110 hectares. O gráfico mostra, ainda, que desde janeiro esse houve focos de incêndios nessas propriedades. Entretanto, quando a temporada de incêndios se intensificou por causa da seca, de maio a outubro, atingiram as áreas sem CAR e médias propriedades.
Investimentos - No ano que passou, o Mato Grosso do Sul teve a pior estiagem das últimas sete décadas, com alertas de "grande perigo" para as altas temperaturas e baixa umidade do ar.
Segundo levantamento do governo estadual, 594 mil hectares foram queimados no Pantanal sul-mato-grossense, o que corresponde a 6% do total de 9 milhões de hectares da região pantaneira. Por isso, houve o investimento de R$ 53 milhões para o trabalho de combate ao fogo.
A situação agilizou a sanção do Projeto de Lei n° 1.818/2022, que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que trouxe até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Estado. O governo federal autorizou a liberação de crédito extraordinário para o combate aos incêndios, no valor de R$ 137 milhões.
Brasil - Ao todo, foram 278,2 mil focos de incêndios em 2024, o pior número desde 2010. A plataforma apontou o avanço dos incêndios na América do Sul, onde o Brasil concentra as maiores ocorrências.
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