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Meio Ambiente

Pantanal na Europa: exposição com 80 fotos do bioma fazem chamado global

Imagens de dois premiados fotodocumentaristas retratam devastação das queimadas e abundância das águas

Por Gabriela Couto | 30/12/2024 10:34
Foto subaquática de Luciano Candisani, mostra momento da abertura da boca de um peixe da espécie piraputanga (Foto: Luciano Candisani)
Foto subaquática de Luciano Candisani, mostra momento da abertura da boca de um peixe da espécie piraputanga (Foto: Luciano Candisani)

Entre fevereiro e junho de 2025, a exposição "Mudança Climática: Água Pantanal Fogo" será apresentada ao público europeu, levando ao Museu Internacional Marítimo de Hamburgo, na Alemanha, e ao Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa, Portugal, um grito de alerta sobre a devastação do Pantanal e os impactos da crise climática.

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A exposição "Mudança Climática: Água Pantanal Fogo", com curadoria de Eder Chiodetto e fotografias de Lalo de Almeida e Luciano Candisani, irá percorrer museus na Alemanha e Portugal entre fevereiro e junho de 2025. A mostra, que já foi um sucesso no Brasil, utiliza 80 imagens para contrastar a beleza exuberante do Pantanal com a devastação causada por incêndios, alertando sobre os impactos da crise climática global e a urgência de proteger esse importante ecossistema.

Com curadoria de Eder Chiodetto, a mostra reúne 80 fotografias de dois renomados fotodocumentaristas do Brasil: Lalo de Almeida e Luciano Candisani.

Originalmente intitulada "Água Pantanal Fogo", a exposição foi um grande sucesso em sua estreia no Brasil, em 2024, no Instituto Tomie Ohtake, impactando mais de 15 mil visitantes. Agora, a mostra revisitada sob o nome "Mudança Climática: Água Pantanal Fogo" busca sensibilizar um público global sobre a urgente realidade vivenciada no Pantanal, que sofre com incêndios recorrentes e a ameaça constante à sua fauna e flora.

A exposição é um contraste visual entre o trabalho de dois fotógrafos cujas imagens revelam não só a exuberância do bioma, mas também as consequências devastadoras das queimadas que assolaram a região em 2020 e 2024.

As fotografias de Lalo de Almeida, premiado com o World Press Photo por sua série "Pantanal em Chamas", documentam a destruição causada pelos incêndios e o sofrimento do ecossistema. Já as imagens de Luciano Candisani celebram a vida no Pantanal, com foco na relação da fauna com a água, mostrando a majestade do maior ecossistema alagável do planeta.

A seleção de 80 fotos, sendo 40 de cada fotógrafo, estabelece um diálogo entre vida e morte, alerta e celebração. As imagens de Almeida transmitem a tragédia das queimadas, enquanto as de Candisani destacam a beleza das águas do Pantanal, especialmente em fotos subaquáticas e aéreas, que capturam a imponência do ambiente aquático durante as cheias.

Imagem aérea da destruição causada após a passagem do fogo no bioma (Foto: Lalo de Almeida)
Imagem aérea da destruição causada após a passagem do fogo no bioma (Foto: Lalo de Almeida)

"Por mais que nossas imagens fossem antagônicas – as do Luciano mostram a vida, a relação dos animais com a água, e as minhas mostram o trágico impacto das queimadas – a curadoria de Eder fez com que as fotos conversassem muito bem. A exposição tem um caráter didático, um manifesto para chamar a atenção para o Pantanal, suas belezas e as ameaças que o rondam", explica Lalo de Almeida.

A exposição busca não apenas documentar, mas também provocar uma reflexão profunda sobre a crise climática global, ressaltando a importância de proteger ecossistemas como o Pantanal. "Com forte influência sobre o clima brasileiro e sul-americano, o Pantanal é também um paradigma da urgência climática, que diz respeito a todos nós", afirmam Mônica Guimarães e Teresa Bracher, coordenadoras do Documenta Pantanal.

A itinerância internacional é um passo importante na missão de sensibilizar o público global sobre as mudanças drásticas que o Pantanal enfrenta e as possíveis soluções para reverter essa degradação.

"É em trabalhos como esses, que aliam idealismo, paixão e militância, que a fotografia alcança seu ápice, revelando o sublime do mundo e nos mostrando o que podemos fazer como sociedade para repensar o que estamos fazendo com o planeta", afirma Eder Chiodetto.

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