Recuperada, onça-pintada solta no Pantanal já atravessou o Rio Paraguai a nado
Monitoramento feito com colar especial, que tem um GPS, identificou também que ela comeu uma capivara na noite de sábado
A onça pintada que voltou para casa na semana passada, após dois meses e meio em tratamento no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), já atravessou o Rio Paraguai a nado, mostrando que está saudável nesses primeiros dias após ser solta.
Monitoramento feito com colar especial, que tem um GPS, identificou além da travessia a nado, que o animal comeu uma capivara na noite de sábado, sendo seu primeiro alimento depois do retorno ao seu habitat, na quinta-feira à tarde.
Sérgio Barreto, biólogo e coordenador de monitoramento ambiental do IHP (Instituto do Homem Pantaneiro), responsável pelo acompanhamento da onça, diz que “ela também está se deslocando de forma bem ativa, o que nos deixa bastante animados em relação à sua reintrodução à natureza”, descreveu.
Ela foi solta no mesmo local onde foi capturada, no começo de novembro de 2020, quando foi encontrada bastante queimada, debilitada e doente. As primeiras informações do animal motivam os pesquisadores e cuidadores.
“Ótimo sinal e indica que sua recuperação foi total”, relata o médico veterinário do ras, Lucas Cazati, que foi o responsável pelo tratamento do animal.
Ele ainda mencionou que o fato dela ter atravessado o rio a nado mostra a recuperação do seu quadro pulmonar, que antes a colocava em risco de morte. “Se ela conseguiu fazer esta travessia nos mostra a sua boa disposição física e reforça nossa avaliação que o animal estava sadio e preparado para ser solto”.
Sobre sua alimentação, o veterinário destacou que após comer a capivara, a onça pode ficar até três dias sem se alimentar, fazendo a devida digestão. “A capivara deveria ter entre 25 a 30 quilos, ela (onça) deve ter comido o animal inteiro, por isso vai ficar alguns dias sem precisar de alimentação, depois volta a caça novamente”, explicou Cazati.