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Meio Ambiente

Sem estrutura, parque que deveria servir a 12 bairros está fechado

Viviane Oliveira | 21/08/2014 10:43
A lagoa é uma das atrações do parque. (Fotos: Marcelo Calazans)
A lagoa é uma das atrações do parque. (Fotos: Marcelo Calazans)
O parque tem várias trilhas.
O parque tem várias trilhas.

O Parque Cônsul Assaf Trad, que fica na avenida de mesmo nome, em Campo Grande, está fechado para a população. A área de 25 hectares, que deveria servir moradores de pelo menos 12 bairros da região Norte abriga, hoje, apenas o prédio do projeto Florestinha da PMA (Polícia Militar Ambiental). O abandono de parte do espaço administrado pela Prefeitura contrasta com o residencial Alphaville e o Shopping Bosque dos Ipês, vizinhos à área.

No espaço há uma lagoa, um parquinho para crianças, lixeiras, trilhas e placas que avisam a proibição da entrada de menores desacompanhados dos pais. Mas os cadeados no portão indicam que o local está fechado para a população. A situação se estende há alguns anos e passou a incomodar os moradores, que reclamam da falta de lazer na região.

A dona de casa Eloisa Cristina da Silva, 38 anos, mora há 15 anos no Nova Lima e já chegou a frequentar o parque quando era aberto, há mais de 5 anos, segundo ela. “Depois que a área foi cercada, ainda usamos por 1 mês antes de fechar de vez”, diz, acrescentando que fazia caminhada no parque no final da tarde e levava os dois filhos para brincar.

Compartilha da mesma opinião a dona de casa Ariele Rosa de Souza, 19 anos. Ela mora na rua Assunção Borba, a uma quadra do local, mas aos finais de semana costuma ir ao Parque Sóter, que fica no conjunto Mata do Jacinto. “Aqui, nós não temos nenhuma área verde, quer dizer temos, mas não podemos usar”, reclama.

Moradora há 28 anos, na rua Assunção Borba, Sandra Cristina Mazeto, 39 anos, diz que  quando frequentava o espaço tinha até peixe na lagoa. “Era muito bom ficar envolta do lago esperando o entardecer e escutando os cantos dos pássaros”, relembra.

Ariele frequenta o Parque do Sóter, que fica no bairro Mata do Jacinto.
Ariele frequenta o Parque do Sóter, que fica no bairro Mata do Jacinto.
Adenor diz que os moradores são carente de lazer na região.
Adenor diz que os moradores são carente de lazer na região.

O técnico em comunicação Adenor Pinheiro Valadares, 53 anos, sente falta de uma academia ao ar livre perto de casa. “A região cresce a cada dia e estamos carentes de lazer”, reclama. Ele diz que gosta de fazer caminhada e no final da tarde tenta dividir espaço com ciclistas na ciclovia da avenida Cônsul Assaf Trad.

O major da PMA Ednilson Queiroz, responsável pelo projeto Florestinha, reuniu-se na manhã de ontem com o secretário da Semadur (Secretária Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), João Alerto Borges dos Santos, para solicitar melhorias. No encontro seria tratada, também, a reabertura do espaço para o público em geral.

Segundo o major, várias questões estruturais precisam ser resolvidas, como por exemplo, segurança, principalmente por causa da lagoa que é perigosa e para o espaço não se tornar abrigo para usuários de drogas. Além de banheiros e renovação das trilhas.

Resposta - A Semadur (Secretária Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informou que o Parque Cônsul Assaf Trad - Centro de Educação Ambiental Florestinha ainda não está aberto ao público porque falta fazer algumas adequações pontuadas pelo órgão e encaminhadas para a Prefeitura. As alterações necessárias não foram detalhadas.

A Semadur nega que o espaço esteja abandonado e diz que realiza rotineiramente atividades voltadas à educação ambiental por meio do projeto Florestinha, parceria entre a PMA e o órgão. Antes da revitalização, segundo a Prefeitura, o parque passou por um processo erosivo e hoje abriga uma estrutura com salas, anfiteatro, lagos e trilhas. Esse ano, na semana do meio ambiente, os alunos do projeto fizeram o plantio de 20 mil mudas de árvores.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, a conservação do parque é realizada por meio da prevenção contra incêndios e o plantio de mudas nativas para a recomposição da vegetação. O projeto Florestinha atende 60 crianças e existe desde 2009.

O parque está fechado há anos para o público em geral.
O parque está fechado há anos para o público em geral.
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