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Meio Ambiente

Sistema de satélites em MS já flagrou desmatamento até em fazenda de Michel Teló

Monitoramento é realizado com imagens de 10 satélites que passam diariamente por todo Estado, diz secretário

Por Mylena Fraiha e Kamila Alcântara | 18/10/2024 17:59
Início do plantio da soja na propriedade de Michel Teló, uma das que teve desmatamento ilegal identificada por imagens de satélites (Foto: Safra de Inovações/Youtube/Reprodução).
Início do plantio da soja na propriedade de Michel Teló, uma das que teve desmatamento ilegal identificada por imagens de satélites (Foto: Safra de Inovações/Youtube/Reprodução).

Mato Grosso do Sul conta com um sofisticado sistema de monitoramento por satélite que permite identificar desmatamentos irregulares em todo o Estado. Foi esse mesmo sistema que, no ano passado, flagrou que a família do cantor sertanejo Michel Teló havia desmatado ilegalmente na Fazenda Esperança, localizada na zona rural de Campo Grande.

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Mato Grosso do Sul possui um avançado sistema de monitoramento por satélite que detecta desmatamentos ilegais, como o caso da Fazenda Esperança, de Michel Teló, que desmatou irregularmente 1,596 hectares. O sistema, operado pelo Imasul, utiliza dez satélites que capturam imagens diárias do território, permitindo a identificação de alterações na vegetação e a emissão automática de embargos e multas em caso de desmatamento sem licença. O secretário Jaime Verruck destacou que, mesmo pequenas áreas desmatadas, como meio hectare, são monitoradas, e o processo é comparado a um "Big Brother Brasil" ambiental, onde tudo é vigiado e ações corretivas são exigidas para a recuperação das áreas afetadas.

O secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, explicou o funcionamento desse sistema durante o seminário "Desafios Socioambientais Contemporâneos", realizado nesta sexta-feira (18), no Tribunal de Justiça.

Verruck destacou que o sistema utilizado pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) opera com dez satélites que passam diariamente sobre o território sul-mato-grossense. "Os satélites capturam uma série de informações, incluindo fotografias do território. Um satélite passa de manhã, outro à tarde, e o nosso software próprio processa essas imagens, sobrepondo-as dia após dia".

Segundo ele, o sistema consolida as imagens a cada 15 dias e, caso seja detectada alguma alteração na vegetação, o software verifica automaticamente o CAR (Cadastro Ambiental Rural) da propriedade envolvida.

Se não houver licença para o desmatamento, o embargo é emitido automaticamente, independentemente do tamanho da área desmatada. "Não interessa o tamanho. Se faz meio hectare, já pega", reforçou o secretário.

Secretário Jaime Verruck explica que sistema de monitoramento consolida as imagens a cada 15 dias (Foto: Osmar Veiga)
Secretário Jaime Verruck explica que sistema de monitoramento consolida as imagens a cada 15 dias (Foto: Osmar Veiga)

Após a identificação de desmatamento ilegal, Verruck explica que são emitidos alertas, aplicadas multas e exigidas medidas de recuperação da área afetada, como a elaboração de um plano de recuperação ambiental ou a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).

Verruck também explicou que, caso o desmatamento seja autorizado, o caso é enviado a um analista. "O satélite não sabe, até então, se é ilegal. Se o desmatamento foi realizado dentro da legalidade, então não há problema nenhum".

Caso da família Teló  - Durante a palestra, o secretário comparou o monitoramento ao estilo "Big Brother Brasil", onde tudo é vigiado, e citou um "cantor famoso" que foi flagrado em uma dessas operações, sem mencionar o nome.

O caso do sertanejo Michel Teló, dono da Fazenda Esperança, ganhou notoriedade quando o Imasul flagrou no ano passado o desmatamento irregular de 1,596 hectares, inclusive de APP (Área de Preservação Permanente) e áreas úmidas.

Entrada da Fazenda Esperança, da família Teló em Campo Grande (Foto: Safra de Inovações/Youtube/Reprodução)
Entrada da Fazenda Esperança, da família Teló em Campo Grande (Foto: Safra de Inovações/Youtube/Reprodução)

Segundo o laudo de constatação, o desmatamento envolveu 0,604 hectares de APP e 0,992 hectares de área úmida onde foi construído um tanque. A Fazenda Esperança, pertencente a Teló e sua família, já havia enfrentado desafios com a regularização ambiental, especialmente após decidirem plantar soja na propriedade.

César Teló, registrado como o responsável pelo CAR da fazenda, foi multado em R$ 4 mil e teve um prazo de 60 dias para apresentar um Prada (Projeto de Recuperação de Área Degradada e Alterada), além de regularizar a supressão vegetal realizada fora da área de preservação. O plantio de soja na fazenda começou em 2024, após o cumprimento das exigências ambientais.

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