Ranquear escolas é injusto, diz secretário de Educação
Secretário fala de desafios, como reduzir evasão e preparar escolas para agir diante de incêndios florestais
O secretário estadual de Educação, professor Hélio Queiroz Daher, defende que fazer ranking de desempenho entre escolas produz injustiça, diante das realidades pecualiares. Segundo disse em entrevista ao Podcast Na Íntegra, cada estabelecimento deve ser analisado conforme resultados anteriores, para verificação de avanços ou retrocessos. O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgado no mês passado, incluiu somente o Colégio Militar de Campo Grande entre o grupo dos melhores do País e apontou baixo desempenho em escolas de aldeias indígenas.
Daher contou que o governo optou por aplicar a prova das disciplinas matemática e educação no maior grupo possível, aproximando-se de 80% do público-alvo, em busca do registro mais fiel da situação do ensino, mesmo que a custo de o desempenho ser inferior ao de outros Estados.
“A política pública que vou implementar com base na análise de um grupo maior me dá a capacidade de implementar uma política pública muito mais efetiva".
A pasta é considerada “pesada”, diante do gigantismo e dos serviços que deve oferecer, com 195 mil estudantes, cerca de 30 mil servidores, orçamento anual na casa dos R$ 3 bilhões, mais de 270 mil refeições diárias e 1.700 ônibus circulando para levar e trazer alunos entre a casa e a escola.
Entre os vários desafios, Daher cita o de incluir mães trabalhadoras entre os estudantes, oferecendo local seguro para as crianças, assim como ajudar prefeituras a ofertar vagas em creches.
“Eu costumo dizer que na primeira infância, educação infantil, você trabalha com dois direitos, que são o direito da criança e o da família, que é ter a criança sob tutela do Estado para que ela possa buscar o sustento.”
As mudanças climáticas também entraram na pauta da Secretaria de Educação, já causando impacto no dia a dia da área. Daher cita o desafio de subir o Rio Paraguai por um dia e meio para abastecer com alimentos e materiais escolares em ilha já perto da divisa com Mato Grosso e a preocupação em orientar a comunidade escolar, em especial na zona rural, sobre prevenção em caso de incêndios florestais.
“Esse movimento maior de incêndios florestais está se aproximando mais das escolas; então, o Estado não pode esperar acontecer alguma coisa.”