"Desafio é entregar tudo funcionando na volta de Reinaldo", diz Rose
Em entrevista ao Campo Grande News, a governadora em exercício fala dos desafios no comando do Estado, avalia a gestão de Marquinhos Trad e, ainda, seus planos para 2018
Durante 20 dias ela tem as rédeas do Estado nas mãos. Para a governadora em exercício, Rose Modesto (PSDB), o desafio é manter o equílibrio das contas, os projetos em andamento e "devolver" tudo funcionando a Reinaldo Azambuja ao final de janeiro. Às vésperas de uma reforma administrativa que deve extinguir cargos e secretarias, Rose garante: a pasta da Assistência Social que ela comandou permanecerá intocada.
Enquanto governadora, os dias prometem ser intensos. Na próxima semana, receberá prefeitos de Bonito, Aquidauana e Bataguassu. Deve visitar obras no sudoeste do estado e Rio Negro. Estão previstas viagens para solenidades em Dourados, Ponta Porã e Brasília. E depois destes 20 dias, qual será a meta para 2017? Com o Governo Federal em dificuldades para repassar recursos e o alto desemprego, "em Mato Grosso do Sul a meta é manter a empregabilidade e a receita".
Sentada à mesa do governador, de onde partem decisões que direcionam o Estado, a tucana demonstra tranquilidade. "É a terceira vez que substituo Reinaldo. No ano passado estive aqui, também por 20 dias", relembrou. A diferença, neste ano, talvez seja uma personalidade amadurecida por uma acirrada disputa eleitoral pela prefeitura de Campo Grande, finalizada há apenas 72 dias.
Rose perdeu o pleito para Marquinhos Trad (PSD) no segundo turno das eleições. Agora, ambos se reencontram em novos papeis. A governadora em exercício ganha repercussão ao assinar convênio na ordem de R$ 50 milhões com o prefeito eleito. "Hoje, mais do que nunca, os governos têm de investir o trabalho e empenho naquilo que de fato tem que ser prioridade: a parceria", pondera Rose.
Questionada como avalia os 10 primeiros dias de gestão de seu oponente nas urnas, e o estilo "populista" demonstrado pelo novo prefeito, Rose lembra que as eleições terminaram em 30 de outubro, mas não desvia: "Vejo de forma positiva e torço para que seja positivo até o fim do mandato", ressaltando que após as eleições reuniu-se com sua bancada eleita e que o apoio hoje é geral pela cidade que vive um momento delicado.
Ao governar, diz cumprir outros desafios. "Vejo como um desafio político, porque é minha responsabilidade responder pelo Estado. É um desafio também administrativo dar sequência aos projetos que estão acontecendo". A vice-governadora explica que precisará prestar contas ao repassar, de volta, a chefia do Executivo estadual. "Reinaldo é sério e extremamente organizado", diz, reiterando que tudo precisa, sim, estar em ordem para que o governador prossiga com os trabalhos.
Agenda - A reportagem pergunta se outras cidades, além de Campo Grande e Dourados, receberão as escolas de ensino em tempo integral. "Sim, outras cidades serão contempladas, até o fim do mandato". Sobre a reforma administrativa, comenta apenas que está em fase final e que o governador "Reinaldo combinou de terminar de fazer a organização e chamar toda a equipe antes de enviar ao crivo da Assembleia Legislativa".
Eleições 2018 - Sobre as pretensões políticas, seja na disputa para a reeleição ao lado de Reinaldo Azambuja, pautada no discurso da continuidade, ou mesmo rumo a uma candidatura própria a um cargo legislativo, a resposta ainda é vaga. "Penso que o resultado que conseguir apresentar ocupando o cargo que ocupo é que vai me credenciar para disputar qualquer cargo em 2018", diz, finalizando: "Eu tenho planejado o dia de hoje, o que vem pela frente será natural, se a população aprovar. É nisso que tenho focado".