“Dissidente”, Onevan de Matos lança candidatura à presidência da Assembleia
Derrotado no partido, deputado insiste em ser candidato, mas admite dificuldades.
Indicado pelo PSDB, a maior bancada da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Paulo Corrêa deve disputar a presidência da Casa no dia 1 de fevereiro. A escolha, no entanto, não agradou a todos e, agora, o partido está dividido no legislativo estadual. Isso porque o deputado estadual Onevan de Matos (PSDB) anunciou nesta manhã que é candidato à presidência da Assembleia, rompendo o acordo que definiu o nome de Paulo Correa para a disputa.
Em entrevista nesta manhã, já admitiu que pode não conseguir aliados na tentativa de viabilizar-se para a disputa. Afirma que se não conseguir lançar o próprio nome, deve apoiar outro candidato. O parlamentar reclama de interferência do Executivo no processo. Declarou que o governador não interferiu, mas permitiu que pessoas ligadas ao governo interferissem.
Reuniões – Um dos motivos para não aceitar o resultado, afirma, são as reuniões “duplas” que ocorreram na cidade de Dourados. Onevan afirma que encontrou os deputados eleitos Marçal Filho (PSDB) e Felipe Orro (PSDB). No encontro, ficou decido que Onevan teria o voto dos dois deputados.
Outra reunião, tomou rumo diferente. Onevan reclama que o deputado Beto Pereira, presidente regional do partido, acompanhado de Paulo Corrêa, também foram à Dourados e convenceram Marçal a mudar de lado.
Na entrevista, Matos reclamou de Sérgio de Paula, tesoureiro do PSDB, que estaria trabalhando pela eleição de Paulo Corrêa.
Para o deputado, Sérgio de Paula “estaria conduzindo o processo”. Ele afirma que a interferência fica evidente, porque durante a reunião que escolheu Paulo Corrêa estavam presentes os deputados Rinaldo Modesto, Paulo Corrêa, Marçal e Beto Pereira, todos do PSDB.
“Ganha eleição não quem foi indicado por 3 deputados, e sim quem tem o apoio dos 24 deputados. O presidente da Assembleia ainda não está escolhido. Sou político maduro e experiente, conheço como ninguém a Assembleia, estou indo para o 9º mandato, fico preocupado porque o legislativo não pode ser um apêndice do governo”, comentou Onevan.
Onevan afirma “estar à disposição dos demais colegas”, principalmente dos novatos eleitos. O objetivo, declarou, é formar uma chapa de oposição. “Sempre tive um posicionamento claro e transparente. Não sou vaquinha de presépio que diz sempre amém”, afirmou.
O deputado ainda alega que não vai deixar a base do governo. “O mínimo que eu merecia era respeito”, disse. Onevan afirma que não tem intenção de deixar o partido e que já comunicou ao governador Reinaldo Azambuja “sua insatisfação”.