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Política

A 22 dias da volta às sessões, o que fazem os vereadores da Capital?

Paula Maciulevicius | 24/01/2013 15:27
Corredores vazios. Assim estava a Câmara Municipal na manhã desta quinta-feira. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Corredores vazios. Assim estava a Câmara Municipal na manhã desta quinta-feira. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Os corredores estão vazios de gente, no máximo há dois ou três assessores conversando. Nos gabinetes, os que estão de portas abertas, alguns ainda arrumam os últimos detalhes. Câmara dos últimos dias está bem diferente do ritmo de uma quinta-feira de sessão. O Campo Grande News bateu de porta em porta, nesta manhã, para saber, faltando 22 dias para volta do recesso, o que estão fazendo os vereadores da Capital.

Dos 29 parlamentares eleitos para ocupar as cadeiras da Câmara pelos próximos quatros anos, apenas seis estavam na casa nesta manhã. Metade deles, novatos: Eduardo Romero (PT do B), Luiza Ribeiro (PPS) e Otávio Trad (PT do B).

Entre os gabinetes identificados, cinco deles com as portas fechadas. Dos vereadores Grazielle Machado (PR), Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), Professora Rose (PSDB) e da nomeada secretaria de Assistência Social, Thaís Helena (PT).

A informação dos chefes de gabinetes e assessores parlamentares é de que os vereadores que mantém o gabinete aberto estão acertando a estrutura física, já que houve readequação no prédio para oito novos vereadores e que o movimento da população ainda é devagar.

A garçonete Elisângela de Lima Gonçalves, 34 anos, veio em busca de auxílio para o tratamento de estrabismo dos filhos pequenos. “Eu espero que agora com a intervenção da Câmara, eu consiga resolver com o SUS”. Ela foi atendida porque se dirigiu a um gabinete específico, do vereador e ex-presidente da Câmara, Paulo Siufi. Foi atendida pelo chefe de gabinete.

Nos corredores, a tranquilidade é notável aos olhos. “Eu acho que a gente está desamparado. Todo mundo, claro, merece férias, mas eles precisam estar trabalhando”, comentou.

Elisangela foi à Câmara pedir ajuda e foi atendida por chefe de gabinete.
Elisangela foi à Câmara pedir ajuda e foi atendida por chefe de gabinete.

A assessora parlamentar Maria Alice Martins começou os trabalhos no gabinete do ex-governador e vereador mais votado, Zeca do PT, há 10 dias. “Estávamos abertos para ir conhecendo, nos organizando dentro do espaço. Mas a população sabendo que o gabinete estava funcionando, começou a vir”, explicou.

As demandas recebidas já estão pautando os primeiros projetos, informa a assessora. Segundo Maria Alice, a maioria das visitas fala sobre as irregularidades nas casas da Emha (Agência Municipal de Habitação) e dos problemas nos bairros. “Nosso primeiro projeto é tentar dar moralidade, mudar o quesito do sorteio e sim pelo tempo de inscrição”, explicou.

No gabinete do novato Elizeu Dionísio (PSL), o trabalho por enquanto é só dos marceneiros. “Ainda faltam móveis”, disse o assessor Daniel Furtoso. O vereador não estava no gabinete, mas segue o trabalho com os trabalhos sociais que já desenvolvia.

“Como ele tem o mandato pautado na igreja, estamos seguindo os programas sociais que ele já desenvolvia. A gente está arrumando e nem sabe se vai ficar aqui ou não”, comenta o assessor sobre a indecisão quanto ao prédio da Câmara.

Vereadora recebe comunidade indígena na Câmara.
Vereadora recebe comunidade indígena na Câmara.

Na sala do vereador eleito Ademar Vieira Júnior, o Coringa (PSD), os trabalhos começaram no dia 15 de janeiro. O assessor Francis Eduardo Franco disse ao Campo Grande News que de todas as demandas recebidas, Coringa já acumula 20 indicações para a Câmara e três projetos. “De implantar a clínica municipal para tratamento de dependentes químicos, a redução da taxa de esgoto e da tarifa do estacionamento do shopping. Em março, vamos começar a atender com o gabinete itinerante, que vai levar a Câmara até a população”.

A vereadora Luiza Ribeiro atendia representantes de uma comunidade indígena no gabinete nesta manhã. “Estamos discutindo demandas da população indígena e para solicitar uma audiência com o prefeito, secretários de Educação e Cultura e trabalhar pela implantação do Plano Municipal de Políticas Públicas Indígenas”, disse.

“As problemáticas não pararam, estamos aqui desde o dia 14”, completou Elcio Terena, que estava presente na reunião.

Ao lado, no gabinete vizinho, o novato Otávio Trad também presente na Câmara, falou sobre as estratégias de trabalho que já foram traçadas. “Visitas aos bairros através de mutirão e eventos. Essa semana nós abrimos para atender à população, qualquer requerimento, solicitar ofício, já estamos funcionando”.

O presidente da Câmara, Mário César, estava na casa e falou sobre duração do recesso.
O presidente da Câmara, Mário César, estava na casa e falou sobre duração do recesso.

Em reunião com um grupo de acadêmicos de Direito, Eduardo Romero recebia a proposta para um projeto de lei para implantar a educação para cidadania na grade curricular das escolas. Nosso mandato é este, de exercer a cidadania e se não tiver proximidade com a população, não consegue acertar as ideias”, comentou. A proposta recebida hoje deve seguir para indicação na Câmara, complementou Romero.

Dos vereadores que já tinham mandato, apenas três estavam na casa: Paulo Pedra (PDT), Herculano Borges (PSC) e o presidente da Câmara, Mário César (PMDB). O que da população, gerou críticas.

“É no mínimo incoerente essa situação. A cidade está toda trabalhando, sustentando a economia e o poder legislativo também deveria estar atuando e quanto mais cedo melhor em certas situações”, argumentou o funcionário público Rafael Ribeiro, 25 anos. Ele completa dizendo que a expectativa era de justamente mudar. “Por coincidência estamos para falar com o Eduardo Romero que está no primeiro mandato. A gente torce para que isso não ocorra. De ver portas fechadas”, finalizou.

O presidente da Câmara, Mário César (PMDB), explicou que o recesso para primeira legislatura, quando os mandatos se iniciam pelos próximos quatro anos, é maior. A pausa é desde o dia 22 de dezembro e vai até 19 de fevereiro.

“A procura da população não está sendo intensa como nas terças, quartas e quintas, quando as pessoas sabem que os vereadores estão aqui pelas sessões, mas nesta primeira legislatura temos que dar cursos de treinamento. Temos 16 novos vereadores”, justifica.

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