Advogados de Bumlai garantem que ele é “isca” para tentar chegar a Lula
Os advogados do pecuarista José Carlos Bumlai, preso desde novembro passado na Operação Lava Jato, ao responder às acusações feitas contra ele pelo Ministério Público Federal (MPF), sustentam que a denúncia é uma tentativa de incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Estão o usando a isca errada e a denúncia, com suas inúmeras inconsistências e divagações, é a maior prova disso!", dizem os advogados no documento apresentado nesta quinta-feira.
O pecuarista foi denunciado pelo MPF por ter feito um empréstimo junto ao Banco Schahin, no valor de R$ 12 milhões, que nunca foi pago. O próprio Bumlai reconheceu, em depoimento, que o dinheiro foi usado para a campanha do Partido dos Trabalhadores (PT) de 2004. Segundo as investigações, o montante era, na verdade, pagamento de propina à legenda, por um contrato com a Petrobras.
Na defesa, os advogados traçam um perfil com a trajetória empresarial de Bumlai e garantem que a amizade com o ex-presidente só começou em 2002, pouco antes da campanha presidencial que levou Lula ao Palácio do Planalto. Dessa amizade, garantem, o pecuarista nunca se beneficiou. "Pelo contrário, desde que sua amizade com o ex-Presidente (por quem, diga-se de passagem, nutre admiração, afeto e respeito) se tornou notória, sua situação financeira só degringolou", pontuam.
Os advogados também pedem a revogação da prisão preventiva de Bumlai e pedem que o juiz convoque oito testemunhas para falar no processo. Entre elas, estão o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e o ex-presidente Lula.