André diz que sobe no palanque de Dilma só se nele não estiver Delcídio
O governador André Puccinelli (PMDB) afirmou esta tarde que só subirá no palanque da campanha pela reeleição da presidente Dilma Roussef (PT) se o pré-candidato petista ao governo do Estado, senador Delcídio do Amaral, não estiver presente. “Não vou subir no palanque em que tiver outro candidato diferente da Dilma. Seria antiético”, justificou Puccinelli, após a solenidade de anúncio da implantação da linha área de Campo Grande a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
Nesta quarta-feira, Puccinelli declarou que vai estar presente no palanque do pré-candidato a governador do PMDB, ex-prefeito Nelsinho Trad, e da representante peemedebista na disputa pelo Senado, atual vice-governadora Simone Tebet. “Meu pré-candidato e, se Deus quiser, o futuro governador, é Nelson Trad Filho”, disse.
Ontem, o governador do Estado descartou a possibilidade de apoiar Eduardo Campos, pré-candidato a presidente da República pelo PSB, embora Nelsinho Trad já tenha feito a opção pelo socialista, de olho numa composição estadual com a legenda, que poderá indicar seu vice de Dourados.
Apesar de publicamente afirmar que vota em Dilma, André rejeita a possibilidade de se unir a Delcídio para defender a reeleição dela. “Namoro é em particular, não em público”, argumentou. “Com 50 ao lado da Dilma e 50 ao lado do André é menos resultado prático do que namoro de Dilma e André sozinhos”, acrescentou.
Dilma estará em Campo Grande no próximo dia 9 de junho para assinatura de convênios de R$ 491 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana e Pavimentação. Nesse caso, porém, a agenda será oficial e tanto o governador André quanto o senador Delcídio devem estar presentes no evento, como aliás já aconteceu no ano passado durante a solenidade de entrega de ônibus.
Aliança com PT – Em que pese ter dado clara indicação de que não há chance de até mesmo estar no mesmo palanque que o pré-candidato a governador do PT, André Puccinelli não descartou a possibilidade de aliança com os petistas. Indagado se há ainda essa chance, ele respondeu: “Existe. Nunca se diz em política que não existe, mas é claro que os resultados em parciais são menores”.
Segundo Puccinelli, antes de o vice-presidente da República, Michel Temer, vir a Mato Grosso do Sul e ungir a pré-candidatura de Nelsinho ao governo do Estado, era mais fácil um acordo eleitoral com o PT. “Agora que veio o Michel é mais difícil”, avaliou. “Quando se está de namorico, tá olhando de longe, é mais fácil. Quando começa a pegar na mão, quando noiva, é mais difícil. Quando o padrinho Michel Temer já foi ao anúncio do casamento é mais difcil. Tá chegando perto do casamento”, finalizou.