Aos 81 anos, morre o ex-deputado Nelson Trad
Vítima de um problema no coração, o ex-deputado federal Nelson Trad, de 81 anos, morreu há pouco no Hospital Proncor, no bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande.
O hospital confirmou a morte, mas disse não ter autorização da família para dar informações sobre a causa da morte.
O deputado federal Edson Giroto (PR) contou que o colega Fábio Trad (PMDB), filho de Nelson Trad, está muito abadido. “É um homem que Mato Grosso do Sul deve para ele a História”, afirmou.
Nelson Trad estava com a saúde fragilizada. Recentemente, com um diagnóstico de obstrução de artérias, ele teve implantado dois stents para reforçar o bombeamento do sangue.
Trad apresentava problemas cardíacos desde 1983, quando operou e passou a fazer revascularizações frequentes. No ano passado ele implantou um marcapasso.
Culto e habilidoso - Nascido em Aquidauana, em 1930, o advogado e professor Nelson Trad foi parlamentar estadual por dois mandatos e deputado federal por mais sete.
Durante a carreira política na Câmara dos Deputados, Trad foi ainda líder do PMDB, 2º Secretário da Câmara, membro da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e do Conselho de Ética.
Ele foi ainda presidente do diretório do PTB em Mato Grosso do Sul. Culto e habilidoso com as palavras, Nelson Trad era um crítico ácido principalmente ao PT.
O patriarca da família Trad se formou em Direito na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), em 1957, e voltou a Mato Grosso do Sul como advogado criminalista, mas acabou entrando na política.
Aliás, a militância política teve um ensaio antes do retorno ao Estado, quando Nelson Trad comandou uma greve que parou a linha de bonde no Rio de Janeiro.
"O movimento saiu da minha faculdade, do Catete, e até hoje alguns remanescentes lembram com saudades", disse o ex-deputado em uma entrevista à TV Assembleia, exibida em maio deste ano.
O protesto rendeu a fama de "baderneiro" e de "comunista" a Trad, que era advogado do PCB (Partido Comunista do Brasil). "Alguns afirmaram de forma segura: esse é um comunista", contou o patriarca, naquela entrevista. Durante a Ditadura Militar, Nelson Trad ficou preso por 25 dias.
Ele deixa três herdeiros na política: o prefeito Nelsinho Trad, o deputado federal Fábio Trad e o deputado estadual Marquinhos Trad.