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Política

Após 30 anos, Moreninhas elegem dois vereadores

Paula Maciulevicius | 08/10/2012 11:30
Chiquinho Telles, foi presidente da associação de moradores nas Moreninhas e agora é vereador eleito com 3,7 mil votos. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Chiquinho Telles, foi presidente da associação de moradores nas Moreninhas e agora é vereador eleito com 3,7 mil votos. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Um dos bairros mais populosos de Campo Grande, as Moreninhas, onde há mais de 30 mil eleitores, conseguiu eleger dois vereadores nestas eleições. A região colocou na Câmara de Vereadores Chiquinho Telles e Coringa,  ambos do PSD (Partido Social Democrático). Não foi a primeira vez que os moradores da região tentaram chegar à Câmara e dessa vez tiveram sucesso, após 30 anos de existência do bairro.

Com 3,7 mil votos, Francisco Almeida Teles, conhecido como Chiquinho Telles, ficou em 21° lugar e correspondeu a 0,86% da votação total. Já Ademar Vieira Júnior, o Coringa, na 25ª posição, com 3,1 mil votos, teve 0,64% da preferência dos eleitores.

Os dois nasceram em Fátima do Sul e estão na Capital desde a década de 80. Moradores da Moreninha III, foram presidentes da Associação de Moradores do bairro, um seguido do outro. Primeiro Coringa, 34 anos, em 1999. Em 2001, foi a vez de Chiquinho Telles, 32 anos, que permaneceu no cargo até 2005.

A dupla segue a mesma trajetória, de liderança comunitária e ações sociais nos bairros mais pobres de Campo Grande e não negam, começaram a campanha política assim.

Chiquinho Telles tem entre as profissões, os cargos de comerciante, radialista e assessor parlamentar do deputado Marquinhos Trad (PMDB). Apresentador em dois programas de rádio comunitária, ele reforça que era ouvido por cerca de 200 mil pessoas da região do Anhanduizinho e Bandeira.

A campanha foi feita entre amigos e com reforço do trabalho na presidência da associação de moradores e da associação fundada por ele, Campo Grande de Ação Comunitária.

“Nós nunca paramos. Isso foi reconhecido, a preferência em eleger gente do bairro”, diz.

Como líder comunitário, Chiquinho avalia que hoje os eleitores mudaram o perfil na hora de escolher e agora optam por representantes. “Eu vejo que as pessoas começaram a analisar. O povo está cansado de repetir e começou a votar nas pessoas. O conceito de eleger doutores, médicos, já passou. O eleitor está mais inteligente”, conclui.

Coringa, também presidente da associação de moradores das  Moreninhas, eleito com 3,1 mil votos. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Coringa, também presidente da associação de moradores das Moreninhas, eleito com 3,1 mil votos. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Já Coringa, vem de tentativas de se eleger. Técnico e professore de escolinha de futebol, tem em bairros pobres, 10 polos de escolinhas de futebol que atendem mil crianças.

Na política, foi candidato a vereador e a deputado estadual nos anos de 1998 e 2000. “Fui candidato e perdi, mas não desisti e continuei em busca dos projetos. Como de ambulância comunitária, clínica de recuperação que dá apoio para dependentes químicos”, explica.

O agora vereador, fala que a campanha sempre foi de trabalhar nos bairros e de pé no chão. “O eleitor não quer mais um vereador acomodado. Está cansado de vereador que fica dentro de gabinete. Quer um vereador que vá para rua, ouvir a população, fiscalizar a execução dos serviços”, avalia sobre a escolha de líderes comunitários como representantes na Câmara Municipal.

Enquanto Moreninahs fizeram dois vereadores, o campeão em habitantes, Aero Rancho, não teve a união dos 36 mil moradores. A representante do bairro, presidente da Associação de Moradores, Maria Bezerra teve 1,1 mil votos e ficou na 83ª posição, com apenas 0,26% do total de votos.

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