Após fim de semana agitado, Marquinhos diz que decide até quarta sobre lockdown
Prefeito diz estar aguardando aval de especialistas no combate à pandemia de covid-19, que já matou 37 na cidade
Até quarta-feira, 15 de julho. É o prazo que o prefeito de Campo Grande deu para decisão que pode mudar radicalmente a rotina da cidade: a adoção ou não de lockdown, quando só pode sair às ruas quem é considerado trabalhador de serviços essenciais.
Ao Campo Grande News, Marquinhos Trad (PSD) revelou estar aguardando posicionamento de especialistas da área de saúde em atuação no combate à pandemia de covid-19 para a definição. Informou, ainda, ter se reunido nesta manhã com os secretários estadual e municipal de Saúde e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), sobre a situação.
Campo Grande é, hoje, o epicentro da covid-19 em Mato Grosso do Sul. São 37 mortes, 29 delas ocorridas nas últimas duas semanas.
O comportamento do campo-grandense no fim de semana foi crucial para o prefeito consolidar a intenção de implantar o “bloqueio” na saída das pessoas de casa.
Na transmissão ao vivo feita no final desta manhã, Marquinhos foi bastante crítico às pessoas que insistem em sair para festas, bares, restaurantes.
“Como tem coragem?”, indagou sobre quem promove e quem vai a eventos cheios. “Como que tem público?”, questionou.
Apesar da decisão de antecipar o horário máximo para abertura dos locais e permanência nas ruas, no fim de semana, citou, 286 estabelecimentos foram achados abertos fora do horário do toque de recolher.
“Vendendo bebidas, com pessoas aglomeradas de madrugada”, acrescentou o prefeito.
Fiscalização -Foram, segundo ele, 1,4 mil pessoas orientadas a voltar para casa. As denúncias de locais com aglomeração, informou, chegaram a 845.
“Incluindo campos de futebol e festa julina”, observou. Ele comentou sobre chácaras sendo alugadas nas saídas da cidade, na tentativa de burlar a fiscalização, para sediar eventos clandestinos.
Sem citar a possibilidade cada vez mais próxima do lockdown, para alguns especialistas até tardia, o prefeito apelou às pessoas.
“É só esse momento de tempo. É apenas esses 15 dias que nós pedimos pra você”, em alusão ao período considerado como o que deve ser mais crítico em casos de covid-19.
“Mas as pessoas não querem ouvir”, definiu.
O Campo Grande News tem recebido inúmeras denúncias de gente desrespeitando as regras.
Neste domingo, por exemplo, uma festa na Rua das Oliveiras, na Vila Adelina, tinha mais de 30 pessoas. Um vizinho tentou ligar para o 190, da Polícia Militar, e a resposta recebida foi de que estava complicado para atender as ocorrências, em razão do alto número de ligações. Eram mais de 500 queixas, segundo informado.
A orientação foi então ligar nos números de denúncia da prefeitura, que também não atenderam, sinal claro de congestionamento e de desobediência das regras estabelecidas.