Após vídeo ofensivo, deputados estaduais contra-atacam parlamentar do PSL
Parlamentares em MS estudam denunciar deputado federal Loester Carlos, que os criticou por não terem criado CPI da Energisa
Vídeo publicado pelo deputado federal Loester Carlos (PSL), gravado em frente à Assembleia Legislativa causou revolta entre os parlamentares estaduais, que consideraram o teor ofensivo e desagradável e, por isso, vão ao contra-ataque, podendo até entrar com ação judicial.
No vídeo, o deputado federal critica a decisão dos deputados de optarem por comissão especial para apurar denúncias contra a Energisa, no lugar da criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito”.
A crítica já havia sido feita em outro vídeo, mas, desta vez, Loester Carlos fez a gravação em frente ao prédio da Assembleia. “Estou fazendo esse vídeo na cara deles porque são bunda-moles e se recusam a assinar CPI”, disse. Também disse que são "folgados" por votarem projeto que pode acarretar em aumento na carga tributária à população.
Assim que tomaram conhecimento do vídeo, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Corrêa (PSDB) suspendeu a sessão e convocou reunião com todos os parlamentares.
A reunião durou cerca de uma hora. Na saída, Pedro Kemp (PT) disse que a mesa diretora irá tomar providências contra o deputado federal, podendo ser nota de repúdio, representação oficial contra Loester Carlos a ser protocolada na Câmara dos Deputados ou, ainda, uma ação judicial por calúnia.
“É desagradável pressionar a Assembleia para se fazer uma CPI apenas por fazer”, avaliou o deputado José Carlos Barbosa (DEM), líder do governo na Assembleia. O parlamentar considerou que a criação de comissão como esta é válida quando se há fato determinado e, sem este elemento, o alvo da investigação pode entrar na Justiça e derrubar os trabalhos.
Segundo Barbosa, o deputado Renan Contar (PL), autor da proposta inicial de abertura da CPI da Energisa apresentou o chamado fato determinado, porém, de problema ocorrido em Rondônia. “Eu entendo que seria mais interessante uma CPI da Aneel, por isso, pergunto: qual a ação da bancada federal? Porque não abrem uma CPI lá no Congresso sobre energia?”, questionou, referindo-se à Agência Nacional de Energia Elétrica, que regula as concessionárias em atividade no País.
Os deputados Kemp e João Henrique Catan (PL) consideraram que as ofensas vão além das ações dos parlamentares. “Quando chega um deputado federal na porta da Assembleia e agride aos colegas, ele agride a Casa de Leis”, disse Catan.