Artuzi trocou cargo por liberdade, confirma pedido aceito pelo TJ
Renúncia
A renúncia do ex-prefeito de Dourados, Ari Artuzi (sem partido), foi determinante para que, após três meses preso, acusado de chefiar um esquema milionário de fraudes, ele conseguisse ser solto ontem do Presídio Federal de Segurança máxima de Campo Grande.
Na prática, Artuzi trocou o cargo de prefeito, do qual estava afastado, pela liberdade.
Artuzi ainda está em Campo Grande, segundo o seu defensor, Carlos Marques. Segundo o advogado, ele está hospedado na casa de um amigo, e deve voltar ainda hoje para casa.
O argumento apresentado ao desembargador Manoel Mendes Carli, responsável pela decisão que libertou Artuzi, foi o de que, com a renúncia, ele havia perdido o poder de influência sobre testemunhas da investigação deflagrada pela Operação Uragano.
A desistência de Artuzi do cargo de prefeito foi comunicada no dia primeiro à tarde e, na sequência, foi feito o novo pedido de liberdade para ele, conforme informou o advogado Carlos Marques.
“É um fato novo, que muda muita coisa”, resumiu Marques. De acordo com ele, a ideia da renúncia veio do prefeito e já vinha sendo conversada há 30 dias.
Marques não admite que a possibilidade de liberdade foi o principal motivo para Artuzi renunciar, embora diga que isso foi considerado, diante da indagação do prefeito a respeito. “Eu disse que seria levado em conta”.
Conforme o advogado, Artuzi começou a pensar em renúncia quando soube da possibilidade de eleições indiretas. O abandono do cargo, então, teria sido a forma encontrada para assegurar a realização de eleições pelo voto.
A Câmara de Vereadores de Dourados já comunicou a Justiça da vacância do cargo de prefeito e vice-prefeito em Dourados, uma vez que o vice, Carlinhos Cantor, também renunciou, assim como o ex-presidente da Câmara de Vereadores, Sidlei Alves.