Audiência com secretário da Seintrha esquenta o clima entre os vereadores
O secretário da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Valtemir Alves de Brito, compareceu no início da noite desta segunda-feira (9) no Plenarinho da Câmara Municipal de Campo Grande para prestar esclarecimentos sobre os serviços de tapa-buracos do município, assunto que gerou escândalo na mídia e opinião pública em todo o País.
Metade dos vereadores (14) se inscreveram para interpelar o secretário, porém antes mesmo do início da audiência, o clima esquentou entre oposição e situação. A questão era definir qual seria o formato da audiência, uma sucessão de perguntas e respostas ou um discurso do secretário para a apresentação dos projetos da prefeitura na área de pavimentação.
A oposição, encabeçada pelo vereador Paulo Pedra (PDT), se opôs à proposta de discurso. “Chamamos o senhor aqui para falar dos tapa-buracos, não para falar de projetos”, disse o parlamentar, prontamente apoiado pela bancada petista, composta por Alex do PT e Thais Helena.
O vereador da situação, Airton Saraiva (DEM), também pediu a palavra e defendeu o modelo de discurso em primeira pessoa, alegando que seria importante saber do secretário quais os projetos da prefeitura na área de pavimentação e “falar de futuro, não ficar preso ao passado”.
A partir daí, iniciou-se um bate-boca entre vereadores até que prevaleceu a palavra do presidente da casa, Mário César (PMDB) – apoiada pelos aliados – em prol da apresentação do secretário Valtemir Brito seguida pelas perguntas dos vereadores inscritos num segundo momento.
A simples realização da audiência, no entanto, pode ser interpretada como uma derrota política do prefeito Gilmar Olarte (PP), que tentava barrá-la afim de evitar qualquer tentativa de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o escândalo dos tapa-buracos na Casa de Leis.
Justificativa - Em seu discurso, o secretário informou que Campo Grande tem 4,1 mil quilômetros de vias públicas sendo 2,7 mil quilômetros pavimentadas. Em decorrência da grande extensão de pelo fato da maioria do serviço ter sido feito há muito tempo, em algumas regiões apresentam problemas sérios.
"O pavimento foi feito para durar 10 anos, não significa que não precise de manutenção. Em Campo Grande, a maioria do asfalto tem 25 a 30 anos e não foi feita nenhuma manutenção. Daí a fragilidade é grande", explicou o secretário.