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Política

Autor do pedido de CPI da Folia diz que “roubaram” a Fundação de Cultura

Josemil Arruda e Zana Zaidan | 09/05/2014 15:44
Vereadores reunidos com presidente da Fundac nesta tarde (Foto: Simão Nogueira)
Vereadores reunidos com presidente da Fundac nesta tarde (Foto: Simão Nogueira)

Os vereadores Chiquinho Telles (PSD), Paulo Siufi (PMDB) e Eduardo Romero (PT do B) saíram da reunião com a presidente da Fundação Municipal da Cultura (Fundac), Juliana Zorzo, convictos de que há fortes indícios de superfaturamento no Carnaval de Campo Grande deste ano. Autor do pedido de criação da CPI da Folia na Câmara, Chiquinho foi o mais incisivo: “Tenho certeza que roubaram a Fundação de Cultura”.

Como prova de superfaturamento, Telles citou um contrato com o Grupo “Terra Samba”, que se apresentou no carnaval deste ano. O valor pago teria sido de R$ 231 mil. “Esse contrato sumiu do sistema, mas tem a nota de pagamento e com valor muito acima do de mercado”, afirmou o vereador, que integra a Comissão de Cultura da Câmara junto com Romero.

Eduardo Romero deixou a sala de reunião com calhamaço de documentos nas mãos, incluindo contratos, notas e extratos de publicações no Diário Oficial. Mesmas cópias teriam sido entregues também ao Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas. Romero informou que ele e os vereadores Siufi e Telles vão passar o final de semana estudando para oferecer à Câmara um parecer sobre as irregularidades que teriam ocorrido na Fundac, sob a gestão de Alcides Bernal (PP).

“Existem vários processos com indícios de valores superfaturados e contratos que desapareceram do sistema, além da reclamação de 100 artistas que não receberam o pagamento”, revelou Romero.Contudo, ele e os dois outros vereadores não souberam falar de valor global de superfaturamento. “Não mensuramos ainda, mas o rombo foi grande”, disse Chiquinho. Quanto as artistas que não receberam seriam cachês de valores variados, porém de pequena monta, como R$ 2.000,00 e R$ 300,00.

Siufi garantiu que a investigação sobre os gastos da Fundac “não é um revanchismo”, nem tentativa de perseguição a ninguém. “Se constados indícios temos que investigar a fundo”, afirmou o vereador, lembrando que Romero é da área cultural e tem contato com artistas.

O peemedebista frisou que desde abril do ano passado vereadores vêm cobrando da Prefeitura de Campo Grande contratos e extratos de serviços, sem obter respostas. Citou especificamente a situação em relação a artistas do Carnaval que não receberam cachês e a festa de Santo Antonio em junho.

A petição para instalação da CPI da Folia já tem oito assinaturas: Chiquinho Telles, Eduardo Romero, Paulo Siufi, Carlão (PSB), Delei Pinheiro (PSD), Carla Stephanini (PMDB), Otavio Trad (PT do B) e Coringa (PSD). Como é necessário ao menos um terço da Câmara, que tem 29 vereadores, ainda são necessárias duas assinaturas. Chiquinho disse que tem certeza que o numero necessário será facilmente atingido.

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