Bernal desembolsa R$ 300 mil para advogado "salvá-lo" da cassação
O prefeito Alcides Bernal (PP) pode estar desembolsando em torno de R$ 300 mil para defender seu mandato na Justiça e na Câmara de Campo Grande. “Tem dois processos sendo defendidos, o da Câmara e o da improbidade administrativa, então deve ser por aí, em torno de R$ 300 mil”, informou um advogado, que foi colega do desembargador aposentado Jesus de Oliveira Sobrinho, contratado pelo progressista.
Apesar do elevado valor, a informação da Prefeitura de Campo Grande é que a despesa não é paga pelos cofres públicos. “Quem contratou foi o cidadão Alcides Bernal”, informou o procurador-geral do Município, Denir Nantes.
Outro advogado consultado pelo Campo Grande News afirmou que o critério de cobrança de honorários é bem variável, dependendo do caso concreto e do currículo do profissional. No caso de um desembargador aposentado, considera que o valor acaba sendo mais elevado. “Tem quem cobra antecipadamente e outros pedem pelo resultado; por exemplo, se eu manter você no cargo quero R$ 500 mil”, apontou.
Jesus de Oliveira Sobrinho formou-se há mais de 50 anos, em 1963, em Uberaba (MG).
Ele ingressou na Magistratura do Mato Grosso por meio de concurso público em 1967 e começou a carreira em Dom Aquino (MT). Depois, Sobrinho passou por Dourados (1968) e Campo Grande (1970). Foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça do Mato Grosso em 1972.
Ele foi o primeiro presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (1979-80) e presidente do Tribunal de Justiça de MS de 1981-82.
Aposentou-se em 12 de março de 1987.
Procurador da Câmara – Quem enfrenta nos processos as argumentações do advogado Jesus e Oliveira Sobrinho e as decisões judiciais é o procurador jurídico André Luiz Pereira da Silva, que tem 10 anos de experiência profissional. André foi contratado para o cargo comissionado em 1º de janeiro deste ano pelo presidente da Câmara, Mario Cesar (PMDB).
A remuneração de procurador jurídico comissionado na Câmara é de R$ 4.614,86, conforme dados publicados no Portal de Transparência da Câmara de Campo Grande, mas pode receber até 200% de gratificação de representação, de acordo com o que preceitua a Resolução n. 937, de 27 de abril de 1995. Questionado sobre sua remuneração, André Luiz preferiu não informar. Caso recebe os 200% de gratificação, totaliza R$ 13,8 mil.
“Fui nomeado em janeiro como procurador da Câmara, mas acompanho o Mario (Cesar) desde a primeira Legislatura dele”, informou André Luiz, autor dos recursos para que a Comissão Processante da Câmara continue seus trabalhos. André disse que também conta com a ajuda do procurador Fernando Pineis. “Dr. Fernando tem me ajudado de forma muito ímpar. Ele tem visão muito boa”, elogiou.
(editada para correções às 10h23)