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Política

Bernal já tem apoio para barrar cassação na Câmara, dizem aliados

Josemil Arruda | 02/01/2014 16:23
Luíza Ribeiro acredita que Bernal terá apoio de 15 até o fim do recesso (Foto: Marcos Ermínio)
Luíza Ribeiro acredita que Bernal terá apoio de 15 até o fim do recesso (Foto: Marcos Ermínio)

A base de apoio do prefeito Alcides Bernal (PP) já tem 11 vereadores, o suficiente para barrar o processo de cassação na Câmara de Campo Grande. Pelo menos essa é a avaliação da vereadora Luiza Ribeiro (PPS), uma das mais ativas defensoras do chefe do Executivo, especialmente durante a sessão do dia 26 de dezembro, quando liderou manifestantes e até comprou lanches para alimentá-los. Já a oposição estima que Bernal pode contar com apenas 9 votos, faltando um para completar um terço e evitar cassação.

Nas contas dela, além dos oito vereadores que votaram contra a criação da Comissão Processante, dia 15 de outubro, aderiram à base governista mais três vereadores, Paulo Pedra (PDT), Jamal Salém (PR) e Edson Shimabukuru (PTB).

Entre os oito vereadores contabilizados por Luiza, porém, há dois que têm demonstrado insatisfação, João Rocha (PSDB) e Carlos Augusto, o Carlão (PSB). O primeiro por não ter sido escolhido como secretário de Governo e o segundo em razão pleitos não atendidos.

Aliás, no dia 26 de dezembro, durante a sessão de julgamento, ficou evidenciado que Bernal só tinha seis vereadores em sua base de apoio. Em entrevista coletiva à imprensa, o próprio prefeito admitia que só teria seis votos contrários à cassação e dava como certa a aprovação do impeachment.

Assim, a base de Bernal teria hoje apenas 9 vereadores, como afirmam os opositores do prefeito. O líder da oposição, vereador Ayrton Saraiva (DEM) chegou a prever 23 dos 29 vereadores votando pela cassação de Bernal. Nas últimas semanas, em razão das nomeações, Bernal conseguiu tirar três da oposição, mas ainda não conseguiu reconquistar ex-aliados como Waldecy Chocolate (PP) e Rose Modesto (PSDB).

Questionada sobre essa divergência entre seus números e os do próprio prefeito, Luiza Ribeiro respondeu: “Não sei. Não ouvi isso. O discurso que o prefeito fez o tempo todo foi de demonstrar que o objetivo era o de alterar o resultado das urnas”.

Para ela, mesmo no dia 26 de dezembro Bernal teria “muito mais do que seis votos”, já que alguns estariam com a oposição, mas na hora de votar demonstrariam fidelidade ao prefeito. “Já teríamos 11 votos naquele dia”, garantiu a vereadora do PPS.

Luiza crê em avanço na construção do governo de “coalizão” e na viabilização de uma bancada majoritária na Câmara de Campo Grande. As nomeações nessa direção devem ser retomadas a partir da semana que vem, em pastas como as secretarias da Mulher e da Juventude. Estima que até o fim do recesso parlamentar, em 2 de fevereiro, a base de Bernal terá 15 vereadores.

Cooptação esquisita – O presidente da Comissão Processante da Câmara de Campo Grande, vereador Edil Albuquerque (PMDB), considera que está sendo “muito esquisita” a cooptação de vereadores para a base de apoio ao prefeito Alcides Bernal. “Esse grupo que foi convidado deveria ser chamado inicialmente, não depois de tudo dar errado na administração”, afirmou o peemedebista.

Para Edil, há dificuldade para Bernal e seus articuladores políticos aumentarem a base de apoio, para além dos que obviamente já estavam nela. “Pela forma que estão fazendo, ninguém acredita nessas conversas. Pode dar cargo, secretaria, mas não vai ter amplo domínio do trabalho, desenvoltura”, opinou.

Constata que o secretário municipal de Governo, Pedro Chaves, e seus auxiliares têm falado constantemente nomes que já eram cortejados há muito tempo. “Shimabukuru e Pedra não é surpresa”, avaliou o vereador.

Indagado se Paulo Siufi (PMDB) também não pode ser atraído por Bernal para a base de apoio, Edil respondeu: “Não tem a mínima chance”. Lembrou que Siufi presidiu a CPI da Inadimplência e viu irregularidades que demandam punição.

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