Bernal vê com gravidade renúncia de Olarte e espera que ele faça delação
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), vê com extrema gravidade a renúncia de Gilmar Olarte (PROS) do cargo de vice-prefeito e espera que ele realmente faça a delação premiada, como tem sido divulgado pela imprensa, revelando como foi o esquema para “quebrar” a Capital. Ele se pronunciou sobre o caso via assessoria de imprensa na tarde desta quinta-feira (8).
A carta em que ele comunica a decisão foi protocolada na manhã desta quinta-feira (8) da Câmara Municipal e lida pelo vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, durante uma sessão que tratou exclusivamente disso, tendo sido encerrada após o cumprimento do protocolo.
Para o prefeito, a renúncia aparenta ser uma estratégia de tentar obter liberdade em troca de concessões. A partir de agora, seu sucessor imediato é o presidente do Legislativo, o vereador João Rocha (PSDB), um dos denunciados pelo Ministério Público por corrupção passiva após investigação sobre esquema para cassar Bernal, eleito em 2012.
Assim, o pepista considera importante que a sociedade esteja alerta para essas movimentações e espera que ele denuncie os beneficiados pelo crime, já que há “informações circulando de que recursos municipais foram utilizados para bancar campanhas eleitorais em 2014”, afirma.
Como Olarte já estava fora do cargo há um ano, a renúncia não reflete, neste momento, na administração municipal. Conforme Gustavo Lazzari, da procuradoria jurídica da Câmara, o posto de vice-prefeito fica vago e o documento deve ser publicado amanhã no Diário Oficial do município. Com o encerramento da sessão, os vereadores rumaram para a sala de reuniões da Câmara.
Em tese, com a renúncia, os processos contra Olarte voltam para o primeiro grau na Justiça estadual, o que permite mais uma instância para recursos, no caso o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Desde março de 2014, quando assumiu a prefeitura, Olarte foi alvo das operações Adna, Coffee Break e Pecúnia. Todas realizadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). As investigações são de corrupção e lavagem de dinheiro.