Renúncia de Olarte é parte de nova estratégia de defesa, diz advogado
Esta é a primeira vez que um prefeito renuncia ao cargo, em Campo Grande
Com a entrega da carta de renúncia de Gilmar Olarte (Pros) dos cargos de prefeito e vice-prefeito, a defesa espera que os três processos ao qual o agora ele está envolvido, sejam encaminhados para a primeira instância. A partir disto, a ideia é traçar uma nova estratégia de defesa e, consequentemente, tentar reverter as prisões, afirma o advogado Jail Azambuja.
Na Justiça, Gilmar Olarte é réu no processo da Operação Adna, que investigou articulações de pessoas ligadas a igreja dele para um suposto esquema que teria levantado dinheiro com agiotas mediante promessa de cargos na Prefeitura. Também há outras duas denúncias contra ele, investigadas nas operações Coffee Break e Pecúnia. Esta última determinou a sua prisão e de sua esposa, Andreia Zanelato Olarte, desde agosto.
“É a primeira vez que um prefeito renuncia ao mandato e nós pretendemos, com isso, fazer uma virada, principalmente na questão na competência para julgamento”, afirma o advogado.
Na prática, segundo explica a defesa, a renúncia retira o foro privilegiado e os processos em que Olarte está envolvido passam a ser julgados em primeira instância. “No tribunal, nossa possibilidade de impugnação é mais restrita e no primeiro grau nós temos uma possibilidade a mais de recorrer em relação a eventual indeferimento de liberdade”.
Questionado se a renúncia seria manobra exclusiva para facilitar a revogação da prisões, Jail negou. “Não há relação com isso, porque esse entendimento da renúncia já vem sendo tratado há algum tempo pelo próprio Gilmar Olarte. Nós percebemos que agora era o momento”.
Sobre uma eventual delação premiada, a defesa voltou a falar que não está descartada, mas que, no momento, o foco é tentar traçar nova estratégia e resolver a questão das prisões.Também denunciada pela Operação Pecúnia, Andreia Olarte também poderá responder ao processo em primeiro grau.
Nesta quinta-feira (8), o advogado Jail Azambuja entregou a carta de renúncia. Sucinto, o documento só continha a declaração de que abre mão do cargo de vice-prefeito, para o qual foi eleito, e, consequentemente, o de prefeito, que ele ocupou em virtude da cassação de Alcides Bernal (PP), em 2014.