Prefeito afastado e atrás das grades, Gilmar Olarte renuncia ao cargo
Prefeito afastado de Campo Grande desde 25 de agosto do ano passado, Gilmar Olarte (Pros) renunciou ao cargo. A carta de renúncia está com o advogado Jail Azambuja, que atua na defesa de Olarte.
Inclusive, o advogado foi para a Câmara Municipal, onde o documento deve ser protocolado nesta quinta-feira (dia 8).
Afastado na operação Coffee Break, que denuncia compra de voto na cassação do prefeito Alcides Bernal (PP), Gilmar Olarte está preso desde o último dia 15 de agosto, quando foi alvo da operação Pecúnia, ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que investiga lavagem de dinheiro. A ex-primeira-dama Andréia Olarte também foi presa e, atrás das grades, tem enfrentado problemas de saúde e foi duas vezes para o hospital.
O presidente da Câmara, vereador João Rocha (PSDB), afirmou que ainda não foi informado da carta de renúncia. “Primeiro, tem que comunicar a Casa. Depois, faz a leitura durante a sessão e dá conhecimento, deixando o cargo vazio. Temos que ver como tratar isso para ver se fica vago o cargo de prefeito afastado ou de vice-prefeito”, diz.
Em tese, com a renúncia, os processos contra Olarte voltam para o primeiro grau na Justiça estadual, o que permite mais uma instância para recursos, no caso o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Trajetória - Natural de Aquidauana, Gilmar Olarte tem uma empresa de contabilidade e fundou a igreja Assembleia de Deus Nova Aliança em Campo Grande.
Ele já foi vereador por dois mandatos, incluindo-se um período em que assumiu após ser suplente, e eleito vice-prefeito na chapa de Bernal em 2012. No entanto, logo após a posse, ele rompeu com o titular da pasta e, conforme denúncia do Gaeco, passou a articular a cassação de Bernal.
Logo após a posse como prefeito, em 13 de março do ano passado, Olarte foi alvo de uma operação que cumpriu mandado de busca e apreensão em sua casa no dia 11 de abril de 2014.
Em 2015, a investigação chegou ao Tribunal de Justiça, que aceitou a denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro. Em seguida, foi alvo das operações Coffee Break e Pecúnia.