Câmara tem novo protesto contra reajuste dos salários de vereador
Com direito ao espaço na tribuna livre, representantes do grupo Movimento Voluntário marcaram presença na sessão da Câmara dos Vereadores desta quinta-feira (29) e novamente manifestaram a indignação pelo aumento do salário dos vereadores, que deve ser votado no próximo mês pelos próprios parlamentares.
Representado pela pedagoga Patrícia Arruda da Fonseca, o grupo questiona o valor do reajuste, previsto para 65%. “É abusivo”, argumenta. Na carta lida pela representante, há três principais pontos: Se o aumento caberá no orçamento da Câmara, a Lei da Anterioridade e a Lei da transparência.
Patrícia explica que, conforme informações levantadas pelo Movimento, o subsídio dos salários dos vereadores deve ser de 75% do salário dos deputados, e que hoje o valor já representa 50%.
Segundo o funcionário público Thiago Kalunga, também representante do grupo, o valor investido no pessoal da Câmara representa atualmente 68% do orçamento do órgão, enquanto o permitido é de 70%. “E no ano que vem serão 29 vereadores, se tiver esse aumento, será que não vai ultrapassar o que é permitido?”
O presidente da Câmara, Paulo Siufi (PMDB), rebateu o questionamento dos manifestantes. “Não somos inconseqüentes, não vamos aprovar algo que não vai caber no orçamento”, enfatiza.
Sobre a Lei da Anterioridade, os manifestantes pontuaram que a questão do aumento do salário deveria ter sido discutida antes das eleições. “Esse projeto de aumento mostra o quanto os vossos interesses são diferentes e divergentes dos interesses da população”, destacou o grupo, em carta lida por Patrícia na tribuna livre.
Sobre esta questão, Siufi declarou que a Anterioridade que dizer que a votação precisa ser cumprida somente antes do ano acabar.
Em relação à Lei da Transparência, Patrícia explana que o orçamento deve ser bem exposto. “Vamos acompanhar a votação, para que não haja perigo de os vereadores maquiarem para caber o aumento no orçamento da Câmara, se isso acontecer, vamos entrar contra”, afirma.
Após a declaração do grupo, o vereador Athayde Nery tomou a palavra e disse que a opinião dos manifestantes era bem vinda, mas que o aumento está previsto em lei e é legal.
Para o grupo, o problema não é ser legal, mas ser moral. “Esse aumento não condiz com a realidade de salários de Campo Grande, vai ver quanto que ganha um professor. Queríamos contar com o bom senso dos nossos vereadores, que representam a população”, diz Patrícia.