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Política

Com assessorias e promessas, campanha toma as ruas antes da hora

Já com a postura de candidatos, interessados em mandatos percorrem o Estado divulgando trabalho e até fazem promessas em caso de vitória nas urnas

Marta Ferreira | 11/05/2018 19:00
Miglioli, em reunião divulgada por sua assessoria; candidato percorre o Estado de olho em disputa pelo Senado. (Foto: Divulgação)
Miglioli, em reunião divulgada por sua assessoria; candidato percorre o Estado de olho em disputa pelo Senado. (Foto: Divulgação)

Embora a legislação eleitoral preveja que o período anterior às convenções partidárias pode ser usado para ações de pré-campanha –restritas a eventos partidários e reuniões políticas–, possíveis nomes na briga por um mandato nas urnas em 2018 já tomam as ruas das cidades, ao lado de seus staffs, para tentar cativar o eleitor. Nessa campanha disfarçada, já há abordagens diretas à população, inclusive com promessas, e times de assessores registrando cada passo dos políticos.

Um exemplo é Marcelo Miglioli. Ele confirma, via assessoria, que desde abril, “quando deixou a Secretaria de Infraestrutura”, tem se reunido “com prefeitos, vereadores, lideranças e populares” para falar de investimentos feitos pela administração estadual “e apresentar sua proposta de trabalho em Brasília, uma vez que é pré-candidato a senador pelo PSDB”.

Fora da Seinfra para atender os prazos de desincompatibilização da Justiça Eleitoral, Miglioli tem deixado claro em seus materiais que a passagem pelo cargo será o mote da campanha, a ponto de percorrer os 79 municípios a fim de elencar os investimentos realizados. Só nesta semana, por exemplo, ele contabiliza passagens por Anastácio, Aquidauana, Naviraí, Juti e Douradina –neste sábado, estaria em Bodoquena–, com reuniões registradas por farto material fotográfico.

Chico Maia com comerciantes; nome do Podemos também tem divulgado palestras.
Chico Maia com comerciantes; nome do Podemos também tem divulgado palestras.

Promessas – O tucano, porém, não é o único a realizar incursões entre a população de olho no Senado. Chico Maia (Podemos), aparentemente tem intercalado as palestras que anuncia em outdoors com seu rosto pela cidade com abordagens à população em diferentes locais, tendo ao seu lado o juiz aposentado Odilon de Oliveira (PDT), pré-candidato ao governo do Estado.

Odilon, aliás, também percorre o Estado para divulgar o projeto político, anunciando inclusive propostas para um eventual governo. Em nota, o pedetista anunciou que, caso eleito, criará uma Superintendência de Assuntos Indígenas, “subordinada diretamente ao gabinete do governador, para acelerar o desenvolvimento de ações que permitam melhorar a qualidade de vida nas aldeias de Mato Grosso do Sul”.

O “compromisso”, salientado pela equipe de Odilon, “foi assumido na noite desta quinta-feira (10), durante encontro com lideranças políticas e comunitárias na Câmara de Vereadores de Aquidauana”. “Se eleito governador, essa será uma de minhas prioridades”, destacou o ainda pré-candidato, que pretende indicar um indígena para o posto.

Na mesma quinta-feira, Odilon disse ter se reunido com prefeito e vereadores em Amambai e Aquidauana, bem como caminhado pelas ruas do Centro aquidauanense, “onde foi abordado por vários eleitores que pediram para tirar fotos” e conversou com jogadores em um campo de futebol. A agenda ainda incluiu visita a um hospital particular que, conforme o pré-candidato, poderá ajudar a balizar um projeto de descentralização da saúde. O périplo envolveu ainda reunião do PDT e previa visitas a Bodoquena e Miranda.

Odilon, em foto na qual encontrou eleitor em Aquiduauna...
Odilon, em foto na qual encontrou eleitor em Aquiduauna...
... e com jogadores de futebol na mesma cidade, quando recebeu pedido de quadra esportiva
... e com jogadores de futebol na mesma cidade, quando recebeu pedido de quadra esportiva

Fiscalização – Reportagem do Campo Grande News veiculada em 17 de março já apontava que os atos de pré-campanha estão no radar de partidos políticos em Mato Grosso do Sul –que, se um lado aconselham seus militantes a não adotarem posturas de candidato neste momento, por outro também monitoram os eventuais adversários a fim de fundamentar futuras medidas, inclusive judiciais.

Já a fiscalização dos atos de pré-campanha cabe à Procuradoria Regional Eleitoral e ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral, este responsável pelos julgamentos). Promotores de Justiça Eleitoral já foram orientados, desde 23 de fevereiro, a acompanharem a conduta dos possíveis candidatos –podendo receber as denúncias da população nas sedes do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

A reportagem tentou contatar, sem sucesso, os candidatos Marcelo Miglioli e Odilon de Oliveira na tarde desta sexta-feira para comentarem os supostos atos de pré-campanha. Chico Maia participava de uma reunião no início da noite em Bodoquena e não pode atender às ligações.

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