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Política

Com recorde de 87,95% dos votos, André Nezzi é eleito prefeito de Caarapó

Vereador já respondia interinamente pela administração da cidade e coloca enxugamento da folha de pagamento e aumento da receita como prioridades da gestão

Humberto Marques | 25/11/2018 18:02
Nezzi presidia a Câmara e, com cassação de ex-prefeito, já respondia pela administração de Caarapó. (Foto: Caarapó News)
Nezzi presidia a Câmara e, com cassação de ex-prefeito, já respondia pela administração de Caarapó. (Foto: Caarapó News)

O presidente da Câmara de Caarapó –a 268 km de Campo Grande–, André Nezzi (PDT), foi eleito neste domingo (25) prefeito do município, em eleição extraordinária convocada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Com 100% das urnas apuradas, o pedetista atingiu 87,95% dos votos válidos, o equivalente a 10.554 faltando apenas quatro urnas (5,97% do total) para serem apuradas. Ele disputou a eleição contra Elzo Cassaro (Avante), que chegou a 12,05% dos votos (1.446).

A votação foi marcada por uma alta abstenção: 7.378 eleitores (36,18% do total de 20.393) não compareceram às urnas em Caarapó, município com aproximadamente 30 mil habitantes localizado no sul do Estado. Também foram registrados 379 votos brancos (2,91%) e 636 nulos (4,39%). O total de votos válidos foi de exatos 12 mil.

“Avalio esse resultado com muita felicidade. São números acima do esperado, expressivos até em nível de Brasil e mostram que a população tem confiança na gente”, destacou Nezzi, por telefone ao Campo Grande News.

Ele já respondia interinamente pela Prefeitura de Caarapó desde a cassação de Mário Valério (PR) e de seu vice, Martin de Araújo (DEM), eleitos em 2016 e cassados em 28 de agosto deste ano sob acusação de abuso de poder econômico –eles teriam distribuído combustíveis para eleitores e usado indevidamente veículos de comunicação durante a campanha, conforme decisão mantida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Agora com a titularidade garantida nas urnas, Nezzi, que é jornalista e radialista, afirma que a meta na prefeitura será “enxugar ao máximo a máquina pública, para que a prefeitura possa ter recursos próprios para não depender do governo e dos parlamentares. Assumimos com uma folha salarial alta e a receita baixa”.

Enquanto respondia interinamente pela prefeitura, Nezzi disse que encontrou a folha do funcionalismo consumindo 60% da receita corrente líquida (soma das receitas próprias menos as obrigações constitucionais), quando a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) limita esse gasto a 54%. “O desafio até dezembro é baixar. Já vínhamos trabalhando com essa meta e chegamos a 56% (da receita líquida). Agora é baixar para 54% e terminar o ano. Não era uma folha minha, mas tenho de responder por isso”, destacou, atribuindo os problemas ao antecessor.

Apesar da situação, Nezzi afirma que a folha salarial está em dia. O novo prefeito coloca, também, a elevação da receita própria entre as metas da gestão.

O agora prefeito eleito liderou uma coligação de dez partidos (PDT, PRB, Progressistas, PT, MDB, PSB, PR, DEM, PSDB e PTC), que, segundo ele, é resultado da proposta defendida de ser necessário unificar a cidade para superar a crise.

“Independentemente de pertencermos a grupos políticos procuramos partidos de adversários a aliados do ex-prefeito. A maioria atendeu, mas dois não aceitaram e lançaram a candidatura, o que respeitamos. Mas o resultado mostra que estávamos com razão: Caarapó não pode se dividir. A população queria união. Perdemos muito com a cassação do prefeito e possíveis idas e vindas”, destacou.

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