Contratada por telefone, MegaServ arrumou 300 funcionários em 6 horas
A empresa MegaServ foi contratada por telefone e conseguiu arrumar cerca de 300 funcionários num intervalo de seis horas, entre a meia-noite de 28 de fevereiro e 6h do dia 1º de março deste ano. A revelação foi feita pelo empresário Milton Felice, da empresa, em depoimento, na tarde de hoje (13) à Comissão Processante da Câmara Municipal.
Felice contou que a empresa, que tem sede em Dourados, recebeu o convite para participar da seleção emergencial do município no dia 28 de fevereiro. No dia seguinte, a MegaServ assumiu a limpeza dos postos de saúde de Campo Grande.
O vereador Flávio César (PTdoB) questionou o empresário como ocorreu a contratação de funcionários sem qualificação em 24 horas. Ele confirmou que tudo – o convite, a contratação da empresa e a seleção dos funcionários – aconteceu entre 28 de fevereiro e 1º de março.
A empresa firmou um contrato de R$ 4,7 milhões com a Prefeitura da Capital. Ela venceu o contrato sem licitação. De acordo com os vereadores, a MegaServ não treinou os funcionários para atuar na limpeza dos postos e na coleta dos resíduos de saúde.
Felice argumentou que os funcionários eram da Total, que atuava na limpeza dos postos e teve o contrato rescindido pelo município. Sobre a rapidez na apresentação de todos os documentos, ele argumentou que há uma equipe específica para participar das licitações públicas.
O Tribunal de Contas do Estado considerou a empresa irregular, porque o limite do contrato com a prefeitura supera o faturamento mínimo perante a Receita Federal. Apesar da recomendação do TCE, o prefeito Alcides Bernal (PP) firmou novo contrato com a empresa neste mês. Ela vai receber R$ 9,2 milhões pelo serviço.
Ausência - A empresa MDR Distribuidora de Alimentos, a segunda a ser ouvida durante as oitivas de hoje da Comissão, não enviou nenhum representante. O convocado, Mamed Dib, enviou uma justificativa por escrito, informando que não poderia comparecer por causa de uma viagem, há muito tempo programada.
No documento, Dib informou, ainda, que retifica todas as declarações dadas ao ser interrogado anteriormente pela CPI do Calote, e que a prefeitura já quitou todos os débitos que tinha com a empresa.
O vereador Flávio César informou que vai avaliar a necessidade de uma nova convocação. A MDR abastecia os Ceinfs antes da Salute, e teve contrato suspenso pela prefeitura. Ao cancelar, deixou uma dívida de R$ 600 mil com a empresa.