Corpo do ex-deputado federal Nelson Trad é velado em Campo Grande
Trad morreu na noite de quarta-feira (7) no hospital Proncor, vítima de um problema no coração
O corpo do ex-deputado federal Nelson Trad está sendo velado desde a madrugada desta quinta-feira (8), no cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande.
Aos 81 anos, Trad morreu na noite de quarta-feira (7) no hospital Proncor, no bairro Chácara Cachoeira, vítima de um problema no coração.
Em nota, a prefeitura de Campo Grande informou que decretou luto oficial de três dias a partir de hoje (7) por conta da morte do ex-deputado, pai do prefeito campo-grandense Nelson Trad Filho.
Problemas de saúde - Nelson Trad estava com a saúde fragilizada. Recentemente, com um diagnóstico de obstrução de artérias, ele teve implantado dois stents para reforçar o bombeamento do sangue.
Trad apresentava problemas cardíacos desde 1983, quando operou e passou a fazer revascularizações frequentes. No ano passado, ele implantou um marcapasso.
Culto e habilidoso - Nascido em Aquidauana, em 1930, o advogado e professor Nelson Trad foi parlamentar estadual por dois mandatos e deputado federal por mais sete.
Durante a carreira política na Câmara dos Deputados, Trad foi ainda líder do PMDB, 2º Secretário da Câmara, membro da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e do Conselho de Ética.
Ele foi ainda presidente do diretório do PTB em Mato Grosso do Sul. Culto e habilidoso com as palavras, Nelson Trad era um crítico ácido principalmente ao PT.
O patriarca da família Trad se formou em Direito na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), em 1957, e voltou a Mato Grosso do Sul como advogado criminalista, mas acabou entrando na política.
Aliás, a militância política teve um ensaio antes do retorno ao Estado, quando Nelson Trad comandou uma greve que parou a linha de bonde no Rio de Janeiro.
"O movimento saiu da minha faculdade, do Catete, e até hoje alguns remanescentes lembram com saudades", disse o ex-deputado em uma entrevista à TV Assembleia, exibida em maio deste ano.
O protesto rendeu a fama de "baderneiro" e de "comunista" a Trad, que era advogado do PCB (Partido Comunista do Brasil). "Alguns afirmaram de forma segura: esse é um comunista", contou o patriarca, naquela entrevista. Durante a Ditadura Militar, Nelson Trad ficou preso por 25 dias.
Ele deixa três herdeiros na política: o prefeito Nelsinho Trad, o deputado federal Fábio Trad e o deputado estadual Marquinhos Trad.