Criança "chora desesperadamente" ao ver vereador em Ceinf, diz Bernal
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), justificou, nesta sexta-feira, porque os vereadores foram barrados no Ceinf (Centro de Educção Infantil) da Capital. Ele disse que a medida para restringir o livre acesso de "estranhos" às creches visa proteger os estudantes. Ele disse que algumas crianças choraram desesperadamente ao ver os parlamentares, que foram fiscalizar as condições de funcionamento e a falta de merenda nas unidades.
“Estão indo para os Ceinfs e as crianças ficam chorando. Quando chegam os vereadores, as crianças de 1 a 4 anos começam a ficar preocupadas porque eles interferem no ambiente, entram como se houvesse algo errado. Tem criança, que quando vê o vereador, chora desesperadamente”, relatou o chefe do Executivo, sem demonstrar o menor tom de brincadeira em sua fala.
De acordo com o prefeito, a secretária Municipal de Assistência Social, vereadora licenciada Thaís Helena (PT), não proibiu as visitas aos centros, apenas sugeriu sistema de organização nas "inspeções" a pedido dos próprios funcionários. “Nossa secretária atendeu ao pedido do pessoal que trabalha com as crianças e pediu que fosse organizado, para não atrapalhar na rotina das crianças”, disse.
A polêmica envolvendo os Ceifs surgiu quando os vereadores Flávio César (PTdoB) e Carla Stephanini (PMDB), respectivamente presidente e vice-presidente da Comissão Permanente De Assistência Social, foram a alguns centros devido a denúncias de que produtos de hortifruti não estariam chegando para a merenda das crianças.
Diante da situação, Thaís Helena solicitou organização no sistema de visitações. Segundo a petista, depois da entrada dos vereadores nos Ceinfs, muitas pessoas também foram aos locais para conhecer as dependências dos centros.
“Por isso pedi organização, para não atrapalhar a rotina do ambiente”, argumentou a secretária. O primeiro vereador a ser barrado foi Vanderlei Cabeludo (PMDB). Depois, quatro comissões da Câmara Municipal também foram proibidas de entrar no mesmo Ceinf, no Jardim Colúmbia.
A polêmica chegou ao ponto do presidente da Câmara Municipal, vereador Mario Cesar (PMDB), anunciar pedido de mandado de segurança para liberar a entrada de vereadores em qualquer órgão público da Capital. Além disso, um relatório com mais de 50 páginas foi elaborado pela comissão de Assistência Social e encaminhado ao MPE (Ministério Publico Estadual) para que as devidas providências sejam tomadas.