Vereadores de quatro comissões são barrados na porta de Ceinf na Capital
Os vereadores, que representam quatro comissões da Câmara Municipal, foram impedidos neste começo de tarde de entrar em um Centro de Educação Infantil (Ceinf) Regina Seden, no Conjunto Oscar Salazar. Uma funcionária barrou duas comissões do legislativo municipal que foram à creche fiscalizar a falta de merenda.
“Fomos barrados por uma funcionária que nos disse que era ordem da secretária de Assistência Social, Thaís Helena”, afirmou a vereadora Grazielle Machado (PR), ao ser indagado se a ordem veio do prefeito Alcides Bernal (PP). O impedimento foi documentado pelos vereadores, inclusive com imagens e som em vídeo. No mesmo prédio público, esta manhã, o vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB) também foi impedido de entrar.
Além de Grazielle, que é presidenta da Comissão de Orçamento e Finanças, também foram barrados no Ceinf os vereadores Flavio Cesar (PT do B), Carla Stefanini (PMDB) e Coringa (PSD), da Comissão de Assistência Social, Eduardo Romero (PT do B), da Comissão de Educação, e Elizeu Dionízio (PSL), da Comissão de Eficácia Legislativa da Câmara de Campo Grande.
“É caso de polícia”, desabafou o vereador Flavio Cesar, presidente da Comissão de Assistência Social da Câmara, alegando que o Art. 26, parágrafo 2º, da Lei Orgânica do Município (LOM), permite livre acesso dos vereadores das unidades administrativas do município. “Poderíamos ter chamado a polícia para garantir o nosso direito, que é o de fiscalizar os órgãos públicos da cidade. Só não fizemos isso, para não prejudicar as crianças que estão sendo atendidas no Ceinf”, afirmou ele.
A funcionária que barrou os vereadores, segundo Flávio Cesar, disse que a diretora do Ceinf tinha recebido documento da Secretaria de Assistência Social ordenando que fosse impedido o “acesso a vereadores e à imprensa”.
Depois do centro do Conjunto Oscar Salazar, os vereadores seguiram para o Ceinf do Nova Lima e, desta vez, conseguiram entrar para fiscalizar principalmente a situação da merenda escolar.
Na semana passada, a Comissão de Assistência Social da Câmara denunciou que os Centros de Educação Infantil (Ceinfs) da Prefeitura de Campo Grande corriam o risco de ficar sem receber 25 itens da merenda em razão da falta de pagamento do fornecedor de alimentos secos, como arroz, feijão e macarão.
Após visita a dois Ceinfs (Estrela Dalva e Jardim Futurista). e constataram que havia falta de alimentos hortifruti, com os pais fazendo “vaquinha” para não faltar comida, o presidente da Comissão de Assistência Social da Câmara de Campo Grande, vereador Flavio Cesar , denunciou que a empresa MDR vai suspender o repasse que atende as crianças das creches.
Segundo Flávio Cesar, a fornecedora MDR não recebe pagamento do município desde janeiro, quando começou a gestão do prefeito Alcides Bernal (PP), e a dívida já chega a R$ 600 mil. “A empresa já não tem condições de continuar mantendo o fornecimento dos gêneros”, informou ele. A Prefeitura de Campo Grande possui hoje 96 creches, atendendo a um público de 14,5 mil crianças. São servidas quatro refeições e lanches por dia.
A secretaria municipal de Assistência Social, Thaís Helena, admitiu que existe um atraso de pagamento pelos serviços da MDR, mas garantiu que não haveria risco de suspensão no fornecimento dos gêneros alimentícios.