Deputado diz não temer protestos por ter votado a favor de Dilma Rousseff
Um dia após a sessão em que a Câmara Federal decidiu por 367 votos contra 137 dar prosseguimento ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) falou sobre o seu voto contrário ao afastamento da presidente, que gerou críticas e protestos. “Eu tinha que manter a coerência partidária e ideológica. Não recebi nenhum cargo, não pedi recurso para nada, votei porque não era justo condenar ela (presidente Dilma) que não cometeu nenhum crime”, afirmou na tarde desta segunda-feira (18).
O deputado disse que também pesou na sua decisão o fato do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, ter articulado para a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff. “Ali eu era o árbitro, o juiz, estava ali para julgar e não poderia aceitar essa trama montada pelo Cunha, eu não me misturo com ele”, declarou Nogueira. “O que vimos foi uma hipocrisia, essa gente até ontem mamava nas tetas do governo, para eles até ontem esse governo era bom e agora não é mais”, completou.
O parlamentar afirma que não tem receio de que o seu voto possa trazer prejuízos políticos para ele e para o partido dele. “Não me preocupo com o que as pessoas pensam, votei pela minha consciência e aqueles que me elegeram entenderam isso, tanto que recebi várias mensagens dizendo que era aquilo que esperavam de mim”, destacou.
Dagoberto Nogueira disse também, que nesta semana não vai falar sobre política no Congresso. “Vou esperar a poeira abaixar, ainda tem gente exaltado e os que perderam estão chateados”, afirmou. Ele comenta que há muito tempo sabia que os pró-Dilma iriam perder. Dos oito deputados federais de Mato Grosso do Sul, vota contra o impeachment junto com Dagoberto Nogueira, os petistas Zeca do PT e Vander Loubet. Os demais, Luiz Henrique Mandetta (DEM), Tereza Cristina (PSB), Carlos Marum (PMDB), Geraldo Resende e Elizeu Dionísio (ambos do PSDB), votaram pelo afastamento de Dilma Rousseff.