Deputados criticam falta de ação da União sobre conflitos indígenas
Os deputados voltaram a criticar a falta de ação da União para resolver os conflitos indígenas em Mato Grosso do Sul, que segundo eles, tem gerado disputas cada vez mais acirradas entre índios e produtores rurais. Para os parlamentares, apesar de enviarem representantes para o Estado, o governo federal continua omisso.
"Trata-se de um descaso da União, que poderia resolver o problema colocando recursos do tesouro para a indenização destas terras, não tem como passar mais um ano, um novo Natal, e nada foi feito de efetivo, só palavras ao vento", disse o deputado Felipe Orro (PDT).
O deputado ressaltou que o Estado está se transformando em um "faroeste" ou voltando a "idade média". Ele lembrou que já participou de reunião com a ex-ministra Gleisi Hoffmann e com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. "Cada dia está pior, me sinto envergonhado com isto, com o tratamento que a presidente Dilma (Rousseff) dá a Mato Grosso do Sul".
O deputado Zé Teixeira (DEM) também fez críticas, lembrando que o setor produtivo consegue dar sustentação a economia nacional, mas que até hoje tem sofrido com o descaso do governo federal. Ele inclusive leu uma carta da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), que apresentou várias reclamações a União.
Entre elas está o fato de o ministro da Justiça ter vindo aqui há um ano e meio e disse que resolveria a situação em 45 dias. Outra questão é sobre o pagamento das terras da região do Buriti, que até hoje não foi decidida pela União. "Este clima intensifica a disputa de brasileiros contra brasileiros, onde está o direito das pessoas neste país", questionou o democrata.
O deputado Cabo Almi (PT) ainda fez um discurso ponderando que existe vontade da União em resolver, mas além de ter a questão constitucional, existe um impasse de quem quer vender e quem vai comprar. "É preciso ter um entendimento sobre os valores da terra, vamos resolver primeiro o problema do Buriti, para depois resolver as demais".